Crianças são destaque da Bienal de Brasília no Dia do Livro Infantil
Hoje (18) o escritor infantil Monteiro Lobato completaria 132 anos. Também nesta sexta-feira, comemora-se o Dia do Livro Infantil. Na 2ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, as obras ganham uma tenda especial, que recebe o nome de Lobato, além de uma arena onde ocorrem peças e contações de histórias. Os pequenos são parte importante do público do evento.
Mariana, 8 anos, é uma dessas crianças. Ela pediu que a mãe a levasse para a feira com um objetivo: encontrar o livro da Cinderela. A mãe, a vendedora Maria José Benício incentiva a leitura da filha. Desde pequena conta histórias. “Agora que ela está maior, confesso que não é mais com a mesma frequência”, mesmo assim, incentiva os livros como forma de educar.
Muitas vezes, conta Maria José, a televisão atrai mais a atenção que a leitura e ela tem que intervir. “Procuro prestar atenção no que ela está vendo ou lendo. Hoje as crianças não se interessam tanto pelos contos de fadas, mas por outros conteúdos. Como mãe, tenho que acompanhar”.
Mariana conheceu Monteiro Lobato pela televisão, no Sítio do Picapau Amarelo. “Minha personagem preferida é a Emília. Porque ela tem um cabelo colorido”, diz.
Outra mãe, a professora Joelma Mazutti, aproveita o feriado para passear com o filho, João Victor, 9 anos. Ela acredita que é importante que haja uma literatura voltada especificamente para o público infantil, que tenha características distintas da adulta. Em casa e na escola, procurar apresentar as obras às crianças. “Temos vários projetos na escola que incentivam as crianças a ler”.
A psicodramaturga Clara di Lucenna Khalluh, que também escreve para o público infantil, diz que as crianças sempre foram e continuam sendo o futuro. Ela se dedica ao trabalho de contação e escrita há 30 anos. “O meu objetivo é encantar. Procuro ensiná-los, mas não de uma forma entediante. São um público que absorve muito o que dizemos”.
Esse público tem ganhado destaque por parte das editoras. Segundo estimativa de 2013 da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, existem pelo menos 120 editoras brasileiras que publicam obras infantojuvenis e que oferecem cerca de 30 mil títulos em português.
O colombiano Javier Naranjo, organizador do livro Casa das Estrelas: o Universo Contado pelas Crianças, no qual crianças dão definições para as palavras, vê o público infantil como leitores exigentes. “Eles são leitores muito bons, gostam da boa literatura, assim como nós, são leitores implacáveis e impecáveis. Não das reomendações para escovar os dentes, por exemplo. A literatura deve ser mais sutil e mais poética. Nada de diminutivos, uma coisa de boa escrita”, diz.
O livro de Naranjo fez sucesso na Feira Internacional do Livro de Bogotá no ano passado. Ele explica que trata-se de uma literatura diferente. Não são os adultos que falam com as crianças, são elas que escrevem para eles.
A Bienal do Livro ocorre em Brasília, até segunda-feira (21). A entrada é gratuita. A programação está disponível na página do evento.
Editor Fábio Massalli
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