Domingos Montagner morre aos 54 anos, afogado no rio São Francisco
O ator Domingos Montagner morreu nesta quinta-feira (15), aos 54 anos. O ator foi dado como desaparecido em Sergipe depois de mergulhar no rio São Francisco durante intervalo das gravações da novela “Velho Chico” e não retornar mais à superfície. A atriz Camila Pitanga, que estava com ele no momento, foi quem informou à produção. Horas depois os bombeiros confirmaram que um corpo foi encontrado.
A tendência, agora, é de que um membro da equipe da Globo faça o reconhecimento. Como não houve outras ocorrências no local, a morte foi divulgada pelas autoridades do local e pela própria TV Globo.
Domingos estava no ar como Santo em “Velho Chico”. Na novela, seu personagem levou um tiro e foi levado pelo rio São Francisco até ser encontrado por índios. Antes de “Velho Chico”, o ator se dedicou ao cinema. Em 2016, ele esteve em duas estreias nas telonas: “Um Namorado Para Minha Mulher”, ao lado de Ingrid Guimarães, e “De Onde Eu Te Vejo”, junto com Denise Fraga, Marisa Orth e Laura Cardoso.
Nos últimos anos, ele atuou no longa “Através da Sombra” (2015) e “A Grande Vitória” (2014) com Sabrina Sato e Caio Castro.
Na Globo, Domingos participou de diversas novelas e minisséries. Entre elas, “Salve Jorge” (2012), em que interpretou Zyah; “Joia Rara” (2013), em que foi par romântico de Carolina Dieckmann; e “Cordel Encantado” (2011), onde contracenou com Débora Bloch. Em 2012, ele protagonizou a minssérie de sucesso “O Brado Retumbante” (2012), em que dava vida ao advogado e político Paulo Alberto Ventura.
Domingo deixa a mulher Luciana Lima, e três filhos: Leo Montagner, Dante Montagner e Antonio Montagner.
“Ponto fora da curva”
Diferente de atores que passam por escolinhas de televisão e crescem diante dos olhos do público, Domingos Montagner começou sua carreira na telinha de forma tardia.
Tinha 46 anos quando emplacou seu primeiro papel – uma participação especial na série “Mothern” do canal pago GNT, em 2008. Em 2011 veio a grande virada. Como Carlos, de “Divã”, e em sua primeira novela, “Cordel Encantado”, como o Coronel Herculano, ele conquistou definitivamente o público.
Sua formação no circo, na Escola Picadeiro, em 1997, e, mais tarde, à frente do grupo “La Mínima”, fez dele um ponto fora da curva e o diferenciou para ocupar um espaço que, talvez, nem a própria Globo soubesse que estava vago.
Na emissora, passou a encarnar homens fortes e maduros, daqueles com barba por fazer. O seu Santo, de “Velho Chico”, trouxe um galã diferente do bom e velho mocinho, que também não se encaixava no modelo do malandro ou do “pegador” à la José Mayer.
Quis o destino que ele não mostrasse todo o seu potencial de atuação, mas isso não significa que ele ficará marcado apenas por esse tipo de papel. Prova de que ele não fazia parte do grupo dos “atores de um papel só” é um de seus últimos trabalhos no cinema, a comédia romântica “Um Namorado para Minha Mulher”, que está em cartaz. Como um “amante profissional”, ele explora lado cômico, amplamente diferente do Santo.
No cinema, aliás, a carreira também teve boom nos últimos anos. Somente em 2016, foram quatro filmes. Dois deles sequer estrearam nas bilheterias do país. “O Rei das Manhãs”, que conta a história de um dos intérpretes do palhaço Bozo, e “De Onde Eu Te Vejo”, trama que conta a história de amor de um casal do ponto de vista de sua separação, serão as últimas oportunidades de ver Domingos Montagner atuar.
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