Edgard Piccoli lamenta morte de David Bowie e diz: single foi “premonitório”

  • Por Daniel Keny/Jovem Pan
  • 11/01/2016 14h00
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O videoclipe da música "Lazarus" Reprodução/Youtube David Bowie

Nesta segunda-feira (11) o mundo amanheceu com a triste notícia da morte de David Bowie. Difícil de encontrar um adjetivo para definir alguém tão completo: cantor, compositor, ator, produtor, enfim, artista no cerne da palavra. Um dos mais versáteis e inovadores da música pop.

Na última sexta-feira (08), em seu aniversário de 69 anos, Bowie lançou o álbum “Blackstar” após três anos de hiato, desde “The Next Day”. Com influências de jazz e inicialmente bem avaliado pela crítica, o novo rebento do cantor nasceu com “Lazarus”, música que transmite uma atmosfera sombria e densa. O videoclipe segue o tom e mostra Bowie em uma cama de hospício cantando versos como “Olha aqui, eu estou no céu”, “Você sabe, eu serei livre”, “Assim como aquele pássaro azul, eu estarei livre”.

“Uma coisa meio premonitória, o cara vendado no clipe, um clima diferente. Se formos fazer associações, encontraremos pontos de convergência com a morte que surpreendeu o público, mas talvez já fosse esperada pela família e por quem o cercava. Sua criação demonstra uma relação com seu estado de saúde”, diz Edgard Piccoli, apresentador do Morning Show, da Jovem Pan. “Você tem a notícia de que o artista está produzindo, ativo, passa uma sensação de que a pessoa está super viva. A morte nesse momento deu um ar mais triste”, lamenta.

Conhecido por sua capacidade de transitar pelas artes e reunir todas as inspirações em sua própria música, o “Camaleão do Rock” pode ter dado um final teatral à sua vida e carreira, segundo Piccoli. “Se associar com a obra dele, faz todo sentido. Não surpreende que ele tenha solenizado a morte, sempre teatralizou e fez questão de caminhar por entre as mídias na música, no cinema e na dramatização dos shows”, completa.

A música de Bowie foi marcada por fases, sendo “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars”, de 1972, a era considerada por muitos como seu ápice criativo. Multifacetado, o artista teve diversos momentos marcantes, como o período em que viveu em Berlim, entre 1976 e 1978, e lançou a trilogia “Low”, “Heroes” e “Lodger”.

“Stardust foi um marco e a fase Berlim também é ótima. Bowie se permitiu tudo, desafiou padrões conservadores e foi um cara à frente de seu tempo. Eu o colocaria junto com Mick Jagger, Paul McCartney e Bob Dylan entre as grandes estrelas do rock, certamente está entre os 10 maiores. Sempre se manteve no imaginário de quem gosta de rock, mesmo quando ficou muitos anos sem lançar nada”, finaliza Piccoli.

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