ElBulli 1846 investirá US$ 12 mi em novo centro e só terá 20 jantares por ano

  • Por Agencia EFE
  • 07/02/2014 16h22
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Barcelona, 7 fev (EFE).- O projeto elBulli 1846, do estrelado chef espanhol Ferran Adrià, que deve ser inaugurado no início de 2016, terá um investimento de nove milhões de euros, e será instalado no mesmo entorno de Cala Montjoi, onde ficava o melhor restaurante do mundo, se tornando um centro de criação gastronômica, aberto para jantares somente por 20 dias ao ano.

O chef Ferran Adrià, idealizador do projeto junto com seu sócio Juli Soler, divulgou nesta quarta-feira a iniciativa em Barcelona e explicou que este novo espaço “foi concebido como centro de pesquisa em gastronomia de vanguarda, de promoção da cultura gastronômica e de formação de alto nível”.

A criação elBulli 1846 terá uma área expositiva de mais de 4.300 metros quadrados, a maior parte subterrânea, e um campus com escritórios e residência.

O nome do centro, que será um dos vértices de elBulli Foundation, alude, lembrou Adrià, ao número de pratos criados pelo elBulli , e à data de nascimento do famoso cozinheiro e escritor culinário Auguste Escoffier.

Além do investimento, Juli Soler e Ferran Adrià farão uma doação ao governo regional catalão dos terrenos e edifícios do novo espaço.

O projeto elBulli 1846, que abrigará também o laboratório elBulli DNA, fez com que o governo catalão elaborasse um anteprojeto de lei, que incorporará o projeto arquitetônico e declarará todo o projeto de interesse público, uma iniciativa que, segundo Adrià, foi explicada a todos os grupos políticos do parlamento e que deve “ser aprovada por um amplo consenso” em julho.

A aprovação do parlamento equivalerá à licença para iniciar as obras em setembro. A previsão é que terminem em março de 2016, informou hoje um responsável do governo regional.

O projeto elBulli DNA terá uma equipe criativa de 30 a 40 pessoas, profissionais da gastronomia e de diversas disciplinas, que explorarão e experimentarão durante oito meses por ano a eficiência e a criatividade, utilizando a cozinha como linguagem.

Esta mesma equipe será a responsável por oferecer por vinte dias durante um mês ao ano – setembro ou julho – jantares no elBulli restaurant, em que metade das mesas serão gratuitas e escolhidas por sorteio e a outra metade pagas normalmente para garantir a arrecadação de fundos para perpetuar a missão da fundação.

Através do leilão da adega do elBulli e de outras ações, a fundação tem atualmente em caixa seis milhões de euros, mas “o objetivo é chegar aos 100 milhões, para garantir a continuidade do centro daqui a 50, 100 ou 300 anos”.

Sem ser um museu tradicional, o elBulli 1846 será também um centro de exposições que abrigará 40 mil documentos e objetos do mítico restaurante, com uma abordagem museográfica que recorrerá às mais modernas tecnologias, graças ao parceiro tecnológico, a Telefônica.

O projeto arquitetônico, obra da oficina de Enric Ruiz-Geli, prevê a reforma e reabilitação do antigo restaurante, e a construção da nova estrutura, onde ficarão o laboratório criativo elBulliDNA e os espaços turísticos do elBulli 1846.

Grande parte das novas instalações, comentou o arquiteto, serão subterrâneas para não alterar a paisagem do Parque Natural de Cap de Creus, e integradas ao ambiente externo por um sistema de muros de pedra seca.

A Casa Marketta, que leva o nome da fundadora de elBulli , também será revitalizada e se tornará campus-residência da equipe criativa.

Para Adrià, “a capacidade de atração do turismo mundial de qualidade contribuirá para o desenvolvimento econômico e social da região, ao mesmo tempo em que permitirá dinamizar o Parque Natural de Cap de Creus”. EFE

jo/cd

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