Enredo da Mocidade Alegre une história do samba com lenda dos orixás

  • Por Jovem Pan
  • 20/01/2016 20h44

A Mocidade Alegre irá resgatar uma lenda baseada em um orixá

Reprodução/Facebook Porta bandeira no ensaio técnico da Mocidade

Atual vice campeã do Carnaval de São Paulo, a Mcidade Alegre apresentará em 2016 o enredo “Ayô –A alma ancestral do Samba”. Além de prestar uma homenagem ao centenário do samba, a agremiação irá resgatar uma lenda baseada em um orixá.

“É um enredo que foi pensado incialmente para atender a um anseio da comunidade. A comunidade da Mocidade Alegre a cada dois ou três anos fala ‘vamos fazer um Carnaval com temática afro’. Então é uma escola que tem uma identidade de temas afro-brasileiros muito forte. Sejam eles religiosos ou culturais”, conta o carnavalesco Sidney França.

“A ideia é juntas a lenda que conta a origem de um orixá que o Brasil nem conhece, não cruzou os oceanos com os escravos, com o centenário do samba. Então eu brinco que esse tema é uma obra de ficção criada para comemorar o centenário do samba através de uma comunidade que se identifica muito com temas afro”, explica Sidney.

De acordo com ele, para entender o desfile da Mocidade, é preciso antes de mais nada entender o significado do termo Ayô. “É um orixá. Existe hoje o culto de 400 orixás na Áfria e o Brasil conhece 16. Então existe uma discrepância muito grande de culto a orixás na África e no Brasil”, contou.

O carnavalesco ainda contou que a ideia é utilizar o enredo para resgatar essa cultura por meio do samba. Ele ainda explicou que a escola fará uma costura histórica, para mostrar como o batuque virou o samba. “Cada setor tem um orixá que interfere no desencadear da história”, contou o carnavalesco.

Se o samba enraizou, foi graças à interferência de Omolu, que é o orixá do enraizamento da terra e de tudo que se torna verdade estabelecida no lugar. E nós vamos terminar o desfile falando de Ogum, que é o orixá guerreiro e, inclusive é sincretizado com São Jorge. Nós vamos mostrar que se o samba virou escola e se eternizará, porque não terá fim essa cultura, pelo menos enquanto nós estivermos aqui para batalhar por ela, graças à força desse orixá da luta”, conta o carnavalesco.

Detentora de dez títulos no Carnaval de São Paulo, a Mocidade Alegre terá à frente da bateria de Mestre Somba a bela Aline Oliveira. A escola será a quarta a passar pelo Anhembi na segunda noite de desfiles do Anhembi.

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