Espeto a R$ 7,00, bala a R$ 4,00… Anhembi tem preços inflacionados no Carnaval

  • Por Bruno Landi/Jovem Pan
  • 06/02/2016 00h59
Bruno Landi / Jovem Pan Barracas comercializam comidas e bebidas

O folião que compareceu ao Sambódromo do Anhembi na noite desta sexta-feira para assistir ao primeiro dia dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo teve que “cavocar” o bolso para consumir os alimentos e bebidas comercializados no local.

Se há milhões de brasileiros incomodados com a atual taxa de inflação do País, que beira os 10,7%, a situação não foi muito diferente na avenida. O sambódromo apresentou preços inflacionados para os foliões que resolveram fazer uma “boquinha” durante os festejos do carnaval.

Um espeto de carne, frango ou linguiça, por exemplo, é vendido pelo exorbitante preço de R$ 7,00. O mesmo valor é cobrado para aqueles que querem consumir uma lata de cerveja ou um pastel de tamanho médio, que, em feiras de bairro, custa no máximo R$ 5,00.

E quem busca refrescar o hálito com chiclete? Tem que pagar R$ 4,00 em uma cartela com cinco unidades. Um pacote tradicional de balas drops? Também custa R$ 4,00. O dobro desta quantia precisa ser desembolsada por aqueles que vão comer um cachorro-quente completo, com duas salsichas, molhos, batata palha e milho. Já uma barra de chocolate é vendida por R$ 6,00.

O comerciante Valter, que foi à avenida disposto a gastar apenas R$ 100, já estourou a conta antes mesmo de o desfile da Pérola Negra começar. Detalhe: a escola da Vila Madalena foi a primeira a cruzar o sambódromo. “Está tudo muito caro, não gostei dos valores. Gastei quase R$ 50 só no estacionamento”, reclamou.

Valter compartilha do mesmo pensamento do advogado Eduardo, que também não queria desembolsar mais de R$ 100 durante a noite. “O preço justo para a cerveja é o de R$ 5,00, e não de R$ 7,00”, opinou. Fora do sambódromo, aliás, as latas de cervja custam exatamente R$ 5,00.

Se alguns produtos contam com preços elevados, outros não têm valores tão absurdos assim. Um saco médio de pipoca, por exemplo, é vendido por R$ 6,00. Tudo bem, é possível gastar metade disso em um dos milhares de carrinhos espalhados pela cidade, mas, em outros eventos de grande porte, costuma-se cobrar mais. Nos jogos do Palmeiras no Allianz Parque, para citar apenas um caso, comercializa-se o mesmo saco médio de pipoca por R$ 10,00.

“Os preços estão altos, é claro, mas, hoje em dia, tudo está caro aqui no Brasil”, relativizou o folião Sandro, que trabalha como vendedor e foi curtir o primeiro dia de desfiles das escolas de samba de São Paulo. “Normalmente, são esses mesmos os valores cobrados em eventos sociais, como festas e baladas. É só lamentar e gastar”, acrescentou o empresário Ronaldo.

As pequenas filas nos pontos de venda espalhados pelo sambódromo, porém, escancaram que os preços não estão agradando ao público. E isso ficou exemplificado durante uma brincadeira feita por um folião com um vendedor de sorvete.

Do lado de fora do Anhembi, o curioso perguntou quanto custava um picolé. “Depende do sabor. Varia de R$ 5,00 a R$ 10,00”, respondeu o comerciante. A tréplica do rapaz que estava prestes a assistir aos desfiles? “Eita! Hoje vocês vão estourar, hein?”. Uma gargalhada encerrou o rápido bate-papo. Bastante simbólico.

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