“Eu não tento entender”, diz Franco Fanti, do “Hermes e Renato”, sobre suicídio do irmão

  • Por Jovem Pan
  • 09/12/2015 15h06

Humoristas estiveram no programa Pânico nesta quarta-feira (9)

Mayra Chibante / Jovem Pan Com novos esquetes

Ídolos de uma geração, os humoristas Felipe Torres, Adriano Pereira, Franco Fanti e Marco Antônio ficaram conhecidos em meados de 1999, com o “Hermes e Renato”, veiculado na MTV.

“Antes de ser um programa, a gente começou gravando lá em casa, de brincadeira, em 1990, e evoluiu”, relembrou Franco, em entrevista nesta quarta-feira (9) ao Pânico.

Com o fim da MTV, eles chegaram a trabalhar na Rede Record, que acabou não dando certo, mas eles garantem não ter arrependimentos.

“Tudo depende de audiência, o projeto do programa era uma coisa e se transformou em outra, então a gente perdeu espaço e não conseguíamos mais fazer as coisas. O bom é que conseguimos preservar os nomes, os personagens. O tosco da gente está na essência, e isso, se você quiser, não perde”, contou Felipe, mais conhecido por seu personagem “Boça”.

O sucesso é tão grande, que além dos bordões, os nomes dos personagens acabaram virando alcunhas entre os jovens fãs do grupo.

“Acho que o grande lance do nosso programa foi isso, a gente leva o nosso universo e as pessoas se identificam. Somos amigos desde a infância”, ressaltou Adriano, que deu vida ao famoso “Joselito”.

Em nova emissora, eles chegaram na FX prometendo retomar o trabalho que faziam no início da carreira, trazendo agora cerca de 100 esquetes e mais 600 personagens.

“O canal tá dando liberdade total para a gente trabalhar, liberdade criativa, tem sido muito legal. Essa temporada se assemelha a alguns programas que fizemos na MTV, mas não é uma série em vários capítulos, como a gente está acostumado a ver agora na TV, é um programa de esquetes”, explicou Felipe.

Episódio triste

Integrante do grupo, Fausto Fanti sofria de depressão e acabou se suicidando em julho de 2014, uma notícia que não só pegou de surpresa, como abalou os fãs, amigos e familiares.

“A minha conclusão pessoal disso é não tentar entender porque a gente nunca vai saber, mas que fique a lição para as outras pessoas, transformar as vidas. É importante deixar claro que depressão atinge qualquer pessoa. Que fique a mensagem”, disse Franco, que também é irmão dele.

Eles levaram um tempo para conseguir falar do assunto mas, na volta, fizeram questão de relembrar o trabalho do humorista, inclusive incluindo alguns pilotos gravados antes da morte e que irão aparecer no novo programa.

“A gente teve um tempo de deixar a parada assentar e digerir, na minha cabeça nunca passou de não continuarmos, porque aí sim seria trágico, não continuar esse legado. Nós passamos por um período de ficarmos quietos, mas não hesitamos”, completou.

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