Atriz de “Smallville” se declara culpada em caso de tráfico sexual nos EUA
A atriz Allison Mack, famosa pela série “Smallville“, se declarou culpada nesta segunda-feira (8) da acusação de crime organizado no caso da seita Nxivm, cujos dirigentes foram indiciados por tráfico sexual.
Segundo informaram vários meios de comunicação locais, Mack admitiu a culpa de duas acusações de crime organizado e de conspiração para crime organizado, mas ainda responde outras relacionadas com tráfico sexual, roubo de identidade e lavagem de dinheiro.
“Cheguei à conclusão que devo assumir toda a responsabilidade sobre minha conduta e é por isso que me declaro culpada hoje”, disse a atriz, citada pelo site Hollywoodlife. Mack também pediu perdão à sua família e a todas aquelas pessoas que feriu com sua “adesão equivocada às doutrinas de Keith Reniere”, líder da seita.
Segundo a promotoria, a atriz de “Smallville”, série que narrava a vida de adolescente do Superman, recebeu benefícios financeiros do dirigente da seita em troca de recrutar escravas sexuais para ele.
No dia 13 de março, a presidente da Nxivm, Nancy Salzman, também se declarou culpada de conspiração para crime organizado, de conspiração para o roubo de identidade e de alteração de documentação em um caso civil contra a organização. Nesse caso, a promotoria pediu ao juiz entre 33 e 41 meses de prisão para ela.
Entenda
Segundo a acusação, a Nxivm faz parte de um esquema piramidal formado por várias entidades e criado e dirigido pelo principal acusado, Keith Raniere, que se rodeou de um pequeno círculo de pessoas da sua confiança, entre elas Mack e Salzman.
Raniere está sendo acusado pelos crimes de roubo de identidade, extorsão, trabalhos forçados, tráfico sexual, lavagem de dinheiro, fraude e obstrução à Justiça.
Outros acusados são Clare Bronfman – uma das herdeiras do conglomerado de bebidas antes conhecido como Seagram’s -, Kathy Russel, que atuava como contadora, e a filha de Salzman, Lauren Salzman.
Raniere, de 57 anos, estava há duas décadas impulsionando supostos programas de autoajuda sob a empresa de fachada Nxivm, da qual era fundador e que abrangia centros operacionais nos Estados Unidos, no México, no Canadá e em vários países da América do Sul.
Segundo a promotoria, a Nxivm, estabelecida no norte do estado de Nova York, seguia um esquema de fraude piramidal no qual obrigava os participantes a fazer aulas adicionais a um maior preço e a trazer outras pessoas para “ascender” de categoria e obter privilégios.
Raniere foi detido no último dia 27 de março em uma luxuosa vila do México, para onde fugiu no ano passado depois que o jornal “The New York Times” revelou as histórias de mulheres que tinham conseguido deixar o grupo, que se calcula que chegou a ser formado por 16.000 pessoas.
No mesmo dia da sua detenção, Raniere foi levado do México ao Texas e foi apresentado diante de um tribunal de Nova York no último dia 13 de abril.
Em 2015, Raniere formou uma sociedade secreta dentro da Nxivm chamada DOS, acrônimo em latim para “Amo das companheiras obedientes”, na qual era o único homem e o líder, enquanto Mack era “uma das mulheres no primeiro nível da pirâmide, imediatamente depois dele”.
A DOS operava com as categorias de “mestres” e “escravas”, e se esperava destas últimas que recrutassem outras mulheres, que estariam abaixo delas e das quais poderiam se aproveitar os demais superiores na pirâmide, liderada pelo fundador.
*Com EFE
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