Filho de Mussum denuncia racismo em shopping do Rio: ‘Fui escoltado feito um bandido’

Igor Palhano contou que foi impedido de sair do local, pois alegaram que sua moto era roubada; ele afirmou à Jovem Pan que pretende entrar com um processo

  • Por Jovem Pan
  • 04/03/2022 11h15 - Atualizado em 04/03/2022 11h15
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Reprodução/Instagram/dr_igorpalhano Igor Palhano Igor Palhano relatou nas redes sociais que foi vítima de racismo em shopping

O dentista Igor Palhano, filho do humorista Mussum, relatou que foi vítima de racismo no shopping ParkJacarepaguá, localizado na zona Oeste do Rio de Janeiro. Em um post no Instagram, ele falou que foi impedido de sair do shopping, pois funcionários do local alegaram que sua moto era roubada. “Já apresentei documento da moto, já apresentei identidade e eles não me deixam sair do shopping, simplesmente isso. Eu entrei pela cancela normal e, na hora de sair, o rapaz não deixou”, contou. Igor disse que essa foi a primeira vez que ele se sentiu discriminado por conta da sua cor. “Sempre entrei e saí dos lugares com cabeça erguida e hoje estou completamente arrependido de ter frequentado esse lugar com pessoas que não tem um pingo de consideração pelo ser humano. Estou com nojo e agora entendo as grandes revoltas e lutas. Sim, eu sofri racismo, é pesado.”

Igor disse que foi ao shopping acompanhar sua esposa e quando foi pegar sua moto no estacionamento foi abordado por um segurança. “Ele me perguntou onde eu estava indo e que a saída de moto não poderia ser por ali, concordei e depois perguntei por onde eu poderia sair já que não tinha visto nenhuma placa, ele ficou me olhando estranho e pediu para eu aguardar… cinco minutos depois ele veio e me pediu documento e habilitação, fiquei sem entender, mas mesmo assim peguei e entreguei. Ele olhou e depois disse que eu não poderia sair por medidas de segurança”, disse. O filho de Mussum buscou a administração do shopping para resolver o problema, mas o local estava fechado. “Depois disso, fui parado por um dos seguranças, [um homem] negro, que perguntou se podia me ajudar, eu expliquei [o que aconteceu] e o mesmo concordou que se eu fosse branco isso não teria acontecido.”

Quando Igor voltou ao estacionamento, quatro seguranças estavam em volta da sua moto. “Eles vieram até mim dizendo que isso era medida de segurança e que eu seria escoltado até a saída. Eu disse que isso era uma vergonha e uma falta de respeito e que se eu fosse branco com certeza não seria assim, pois eu apresentei os documentos e mesmo assim proibiram a minha saída do shopping. E depois fui escoltado feito um bandido até a porta. Então eu pergunto, ser preto hoje em dia é isso? Vou precisar fazer mais quantas faculdades pra tentar ser visto de outra forma? Ou preciso usar máscara branca na cara? Acho que nem assim tenho respeito”, afirmou. Procurado pela Jovem Pan, Igor afirmou que pretende entrar com uma ação contra o shopping: “Hoje vou fazer um registro de ocorrência, vou com meu advogado. Depois pretendo entrar com um processo, vou ver direitinho o que posso fazer em relação a isso. Vou procurar meus direitos, pois estou muito decepcionado e me sentindo bastante impotente”. Em nota, o shopping ParkJacarepaguá disse que “repudia qualquer tipo de discriminação e esclarece que está apurando o fato relatado nas redes sociais”. 

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