Ícaro Silva relata drama em tiroteio no RJ e defende o desarmamento
Por
Jovem Pan
05/09/2018 20h00
Reprodução/Instagram"To muito feliz por não ter morrido", disse o astro
O ator Ícaro Silva, de 31 anos, usou suas redes sociais para se pronunciar sobre os momentos de tensão pelos quais passou nesta quinta-feira (5) ao ser atingido por estilhaços de bala quando passava de carro pelo túnel Zuzu Angel, perto da Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele denunciou uma abordagem violenta dos policiais no local, agradeceu “por não ter morrido” e finalizou defendendo o desarmamento.
“Hoje mais cedo me vi em meio a uma violenta confusão que até agora não sei se era uma blitz, um tiroteio ou uma dessas operações de guerra infelizmente tão habituais na nossa cidade. Viaturas, policiais com fuzis na mão e aquele medo súbito que o carioca conhece tão bem. Um policial me pediu para reduzir e eu obedeci. Baixei o vidro e perguntei o que estava acontecendo. O nível de stress dele era muito alto, ele falava comigo diretamente do inferno, o coração em guerra. Outros dois policiais vieram gritando, os fuzis apontados para mim; não sei se me reconheceram ou não, mas com a mesma violência com que me pararam, me mandaram ir embora, xingando e berrando em seu estado de guerra. Quando eu voltava a acelerar e antes de entender o que estava acontecendo, um estampido no meu carro me congelou. ‘Isso é um tiro?’ Os próximos vários confirmaram que sim”, disse.
“Me apalpei até encontrar o furo ensanguentado no meu braço. Sim, uma bala rasgou meu braço e deixou uns estilhaços ali, carimbo metalizado da violência urbana. Um pequeno pedaço de metal e morte que podia ter cruzado meu peito ou minha cabeça, um lembrete da nossa frágil condição de gente. To muito feliz por não ter morrido, sério. Tem muita coisa pra fazer por aqui, muita coisa para ver e muita, muita coisa para consertar. Muito obrigado por todas as mensagens, to mais solicitado que no meu aniversário, rs. Vocês são lindos, são lindos demais. Espero que essa história infelizmente cotidiana nos inspire a desconstruir nossa agressividade diante da vida. É hora de desarmar e amar”, concluiu.
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