Igor Jansen relembra bullying e fala de futuro no SBT, sucesso no TikTok e novos projetos aos 18 anos

Destaque em ‘Poliana Moça’, ator comenta como é estar desde 2018 vivendo o mesmo personagem e expõe desafios de protagonizar ’13, O Musical’, seu primeiro grande desafio no teatro

  • Por William Amorim
  • 30/04/2022 09h00
  • BlueSky
Reprodução/Instagram/igorjansen Igor Jansen Com 18 anos, Igor Jansen já tem planos para a carreira até 2024

O sonho de ser jogador de futebol foi deixado de lado assim que Igor Jansen decidiu se arriscar na carreira artística. Ainda criança, seu jeito ‘desenrolado’ fez com que sua mãe o levasse a uma agência e, logo, ele começou a gravar comerciais. O sotaque cearense do ator nascido em Fortaleza também o ajudou e foi um diferencial para ele entrar no elenco do filme “O Shaolin do Sertão”. A participação no filme de Halder Gomes foi o que chamou a atenção do SBT, que procurava um ator-mirim para estrelar “As Aventuras de Poliana” — projeto do qual faz parte desde 2018. A sequência da novela, “Poliana Moça“, vai ser gravada até o final deste ano e ficará no ar até maio de 2023. “Caí na atuação de uma forma inesperada”, comentou o ator, que hoje não se vê fazendo outra coisa. Mergulhado na carreira artística, Igor se prepara para começar uma nova fase da sua carreira. Isso porque ele acaba de completar 18 anos. “Quero estar aberto para todas as oportunidades. Tenho projetos na música, tem filmes com roteiros aprovados que só estou esperando para gravar e tenho projetos sendo conversados com alguns streamings.” 

Ainda este ano, o ator vai lançar um livro contando sua trajetória artística, abordando, por exemplo, o atual desafio que está vivendo: protagonizar “13, O Musical“. O espetáculo da Broadway, que está em cartaz no Teatro Liberdade, é o primeiro grande projeto do artista no teatro, que teve que conciliar as gravações da novela com os ensaios. “Precisei abrir mão de muitas coisas porque no auge dos seus 17, 18 anos, é óbvio que você quer sair, ir para a balada ou festas com os amigos, mas durante esse período precisei sair do trabalho e descansar.” O espetáculo aborda os desafios enfrentados na adolescência, como o preconceito na escola. “Já passei por isso, sofri bullying por sempre ser o mais baixinho e por ser um dos únicos meninos que tinha cabelo grande e enrolado”, contou. Além do sucesso na TV, Igor também é um fenômeno no TikTok, somando mais de 11 milhões de seguidores e mais de 135 milhões de curtidas nos seus vídeos. “Acho que o povo gostou do cearense cabeçudinho”, brincou o artista que, além de dancinhas, posta conteúdos sobre tendências de moda. “Tem uma galera que não sabe que sou ator e me segue porque gosta do meu estilo. Posto muita coisa sobre roupa e acredito que tem gente que se inspira.”

Confira a entrevista completa com Igor Jansen:

Igor, você estreou em “As Aventuras de Poliana” em 2018 e emendou com “Poliana Moça” fazendo o mesmo personagem. Como é estar tantos anos em um mesmo projeto? É atípico. Converso com amigos do elenco que já tiveram a oportunidade de participar de outros projetos e eles me falam que também nunca tiveram a chance de fazer parte de algo tão grande. “Poliana Moça” é uma novela diferente de “As Aventuras de Poliana”, é uma nova trama, com novos conflitos. Mesmo tendo gravado “As Aventuras de Poliana” por três anos, sinto que agora está diferente. É o mesmo personagem, mas tive que amadurecê-lo por dois anos. Vai ser difícil eu encontrar novamente um projeto tão longo como esse. 

Já estava no roteiro que o personagem voltaria mais velho em “Poliana Moça”. Com essa pausa forçada das gravações, você também acabou amadurecendo. Acha que isso te ajudou? O João vem crescendo comigo. Tem muitos conflitos da novela que eu também passo hoje em dia ou já passei. Ele tem muita coisa minha. É muito brincalhão, algo que eu também sou na vida real. É bruto pela criação dele, mas tem um coração enorme e também come muito, outro quesito que me identifico (risos). Foi interessante essa pausa que aconteceu devido à pandemia. A “Poliana Moça” já ia começar a ser gravada na sequência de “As Aventuras de Poliana”, então esse tempo de quase dois anos me ajudou a lidar com esse amadurecimento do personagem. 

Igor Jansen

Igor Jansen começou a interpretar João em ‘As Aventuras de Poliana’ em 2018 – Foto: Reprodução/SBT

A sua carreira artística está bem consolidada, mas é verdade que seu sonho de criança era ser jogador de futebol? Verdade. Nada a ver, né? (risos). Caí na atuação de uma forma inesperada. Sempre fui um menino desenrolado, que chegava, falava, fazia amigos, era comunicativo e uma amiga da minha mãe falou para ela me colocar em uma agência. Eu comecei a fazer comerciais de forma despretensiosa. Até que, quando tinha 11 anos, fui chamado para fazer testes para o filme “O Shaolin do Sertão”. Foram várias etapas, até que fui convidado para fazer o longa. O pessoal da novela viu e, como estava procurando um menino do estereótipo nordestino, casou. Eu me apaixonei e, hoje, pretendo seguir nessa carreira, não me vejo fazendo outra coisa. Eu já joguei na categoria de base do Ceará, meu sonho era ir para fora tentar alguma peneira, estava empenhado nessa carreira de jogador e meus pais me apoiaram, mas agora estou mergulhado nesse mundo artístico, então, voltar para o futebol seria engatar a marcha ré. Não me arrependo de ter escolhido o meio artístico. 

Agora que completou 18 anos, quais são seus planos profissionais? Acredita que as oportunidades agora serão outras? As empresas buscam trabalhar com atores maiores de idade, por isso, vemos muitos atores de 20, 25 anos fazendo adolescentes de 15 anos. Acho que por uma questão de contrato e burocracias. Eu ainda não tive a oportunidade de me envolver em muitos projetos por causa da rotina de gravação da novela, que é de segunda a sábado, e, agora, estou no elenco do espetáculo “13, O Musical” e me apresento aos domingos. Os filmes que estou conversando no momento estão todos para 2023 e 2024. Tenho contratos fechados até lá. 

Pode adiantar algum desses novos projetos? Vou lançar um livro em meados de junho deste ano. O livro é a história da minha vida, conto em detalhes tudo o que aconteceu para eu chegar onde eu estou hoje. Ele está atualizado com tudo o que aconteceu durante a pandemia e sobre a preparação do musical que estou atualmente em cartaz. Resolvi contar minha trajetória porque a galera se interessa muito. Tenho outros projetos que ainda estão em sigilo. 

Pretende seguir os passos da Larissa Manoela, que deixou o SBT para protagonizar uma novela na Globo, ou os da Maisa Silva, que migrou para o streaming? O meio artístico é uma roda gigante. Uma hora você está em um projeto, outra hora você pode estar desempregado. A carreira do ator não é fácil, tem muitos que não têm oportunidade de entrar em grandes produções como a Larissa Manoela e a Mel Maia. Quando a galera me pergunta como eu me vejo no futuro, eu quero me ver com saúde, com paz, com bênção, com minha família, que sempre esteve ao mesmo lado, principalmente quando mudei de Fortaleza para São Paulo. Quero estar aberto para todas as oportunidades. Tenho projetos na música, sendo que duas já estão prontas e outras estão sendo preparadas. Penso em fazer uma turnê no segundo semestre. Tem filmes com roteiros aprovados que só estou esperando para gravar. Tenho projetos sendo conversados com alguns streamings. Já houve uma conversa anterior com algumas plataformas, mas não casou com as gravações da novela. 

Você é um dos protagonistas de “13, O Musical”. Como está sendo a experiência de estrelar esse espetáculo da Broadway que marcou o início da carreira artística da Ariana Grande? O tipo de atuação do teatro é bem diferente da novela. Nunca tinha tido uma experiência tão grande nos palcos e aceitei esse desafio por isso. Acredito que o artista precisa de vivências diferentes. O meu grande desafio foi no canto e na dança. Esse musical não é fácil, então, quando aceitei o convite, sabia do tamanho do desafio e procurei um preparador vocal para chegar no nível do espetáculo. Na dança, fui favorecido porque herdei o molejo dos meus pais, que são cearenses que dançam forró pé de serra (risos).

Cena de 13, O Musical

Igor Jansen intercala o papel de Evan com Enzo Krieger em ’13, O Musical’ – Foto: Divulgação/cintiacarvalhofotografia

Como foi conciliar os ensaios com as gravações da novela? Não vou censurar palavras, foi puxado. Tinha dias que passávamos o dia ensaiando no teatro e outros que saía do SBT e ia direto ensaiar. Além disso, tinha minha rotina de exercícios físicos. Eu me dediquei de domingo a domingo. Precisei abrir mão de muitas coisas porque no auge dos seus 17, 18 anos, é óbvio que você quer sair, ir para a balada ou festa com os amigos, mas durante esse período todo eu abri mão de muitas festas e muitos encontros com amigos porque eu precisava sair do trabalho e descansar para estar 100% para o baque que ia ser o dia seguinte. 

E valeu a pena? Demais! Eu não me arrependo de nem um minuto que eu deixei de sair ou dos eventos que deixei de ir. 

O espetáculo fala sobre conflitos adolescentes. Como foi o período escolar para você? O Evan [protagonista de “13, o Musical”] passa por questões que todo mundo já passou, como querer ser visto na escola ou fugir do bullying, acho que muita gente vai se identificar com ele. Eu mesmo já passei por isso, já sofri bullying por sempre ser o mais baixinho da escola e por ser um dos únicos meninos que tinha cabelo grande e enrolado, então eu consigo emprestar conflitos da minha vida para o Evan. Isso não me afetou porque meus pais sempre estiveram atentos e me ajudaram a não ligar para os apelidos. 

O que mudou na escola quando ficou famoso? Há quem gostasse e há quem sentia inveja. Tinha um pessoal que se sentia mal por estudar com alguém famoso, mas sempre tive amigos de verdade que estão comigo até hoje. Quando saí de Fortaleza, foi uma mudança muito drástica e muitos amigos me apoiaram. Além disso, sempre tive meus pais ao meu lado me apoiando. 

Você é um fenômeno no TikTok, um vídeo simples fazendo uma dancinha bate facilmente um milhão de visualizações. Qual o segredo para fazer tanto sucesso nessa rede social? Acho que o povo gostou do cearense cabeçudinho (risos). A pandemia [período em que o TikTok ganhou popularidade] ajudou nesse sucesso. Gosto muito de estar próximo do meu público, então respondo comentários e tento ficar antenado nas tendências de moda. Tem uma galera que me segue por causa da novela e outra que não sabe que sou ator e me segue porque gosta do meu estilo. Eu posto muita coisa sobre roupa e acredito que tem gente que se inspira. Quando fiz 18 anos, sinto que assumi outra responsabilidade. Sou uma referência para os mais novos e para o pessoal da minha idade. Muitos fãs dizem que se espelham em mim, então acho importante pensar nas minhas ações porque isso vai refletir em alguém. Meu público sempre foi muito amoroso, então dificilmente lido com haters, isso também me ajuda a seguir em frente e com a cabeça boa.

@igorjansen #grwm o que acharam do look de estreia ?!? Poliana moça já tá aí!!!! #arrumesecomigo ♬ som original – igorjansen

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