Feira de Frankfurt recebe críticas após cancelar premiação de escritora palestina
Adania Shibli é a vencedora do prêmio LiBeraturpreis deste ano; carta aberta, assinada por mais de 600 pessoas, pede que a feira reconsidere sua posição
Escritores, intelectuais, editores e agentes literários renomados estão protestando contra a decisão da Feira do Livro de Frankfurt de cancelar a cerimônia de premiação da escritora palestina Adania Shibli. Ela é a vencedora do prêmio LiBeraturpreis deste ano, mas o evento foi cancelado devido ao início da guerra em Israel. A decisão gerou indignação. Uma carta aberta, assinada por mais de 600 pessoas, pede que a feira reconsidere sua posição. O livro de Shibli, intitulado “A Minor Detail”, conta a história verídica do estupro e assassinato de uma menina beduína palestina por soldados israelenses em 1949. A obra foi publicada pela editora alemã Berenberg Verlag. A autora participaria de uma conversa com o tradutor de seu livro para o alemão, Günther Orth, durante a feira.
O prêmio LiBeraturpreis é concedido pela Litprom, uma organização fundada pelo governo alemão e pela Feira do Livro de Frankfurt. O diretor da feira, Juergen Boos, condenou os ataques do Hamas contra Israel e anunciou a criação de momentos adicionais para dar voz aos israelenses durante o evento. No entanto, a decisão de cancelar a cerimônia de premiação de Shibli tem sido criticada por silenciar a voz da autora palestina. Importante evento do mercado editorial mundial, a feira já enfrentou críticas no passado, como a participação de editoras de extrema-direita e o boicote do Irã devido à presença do escritor Salman Rushdie. Em 2022, devido à invasão da Ucrânia pela Rússia, a organização vetou o estande coletivo russo e ampliou o espaço para editores e autores ucranianos.
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