Felipe VI elogia “olhar crítico” de ganhador do Prêmio Cervantes

  • Por Agencia EFE
  • 23/04/2015 12h35

Alcalá de Henares (Espanha), 23 abr (EFE).- O rei Felipe VI da Espanha elogiou nesta quinta-feira o “olhar crítico” do novo ganhador do Prêmio Cervantes, o escritor catalão Juan Goytisolo, cuja “deslumbrante obra” ajudará a abordar novamente “visões e ideias estabelecidas” e estimulará uma reflexão sobre o presente e o passado, “para assim, talvez, encarar melhor o futuro”.

Felipe e Letizia da Espanha presidiram hoje, pela primeira vez como reis, a cerimônia de entrega do Prêmio Cervantes no habitual palco do auditório da Universidade de Alcalá de Henares, em Madri.

Em discurso, o monarca definiu Goytisolo como um dos principais representantes de Cervantes em castelhano das últimas décadas e “uma figura central da literatura em espanhol”, que também realizou “contribuições fundamentais” à história cultural da Espanha em questões como a influência muçulmana e a importância da limpeza de sangue na Idade Moderna.

“Homem mestiço”, o premiado enfatizou “a interação fértil das diferentes culturas, especialmente a da civilização árabe no pensamento europeu e universal”, lembrou o rei, que ressaltou que “seu olhar crítico também é voltado para a atualidade”, através de várias colaborações em obras literárias e de sua participação em documentários culturais.

“Sua deslumbrante obra nos enriquece e tenho certeza que continuará fazendo o mesmo. Desfrutaremos dela, que também nos ajudará a abordar novamente visões e ideias estabelecidas e consolidadas; nos estimulará a refletir sobre nosso presente e nosso passado para, talvez, encarar melhor o futuro”, disse o monarca.

Felipe VI dedicou grande parte do discurso a ressaltar os vínculos entre o autor de Don Quixote e o premiado. Segundo ele, “poucos autores podem ser considerados tão cervantinos como Goytisolo”, comentou, citando a reflexão de Francisco Ayala de que “a pátria de um escritor é seu idioma”, para concluir que a “pátria literária” do premiado pode ser Cervantes.

O monarca encerrou o pronunciamento com o desejo de que Goytisolo continue “enriquecendo” a “realidade cultural” espanhola, dando o “parabéns mais afetuoso” ao escritor por um prêmio “que reconhece sua contribuição extraordinária à literatura em espanhol”. EFE

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