Festivais de cinema em SP colocam em foco filmes da Palestina e de Israel
O conflito entre israelenses e palestinos e as culturas dos dois povos são temas de duas mostras de cinema em São Paulo. A primeira delas, que termina neste domingo (10), é o 18º Festival de Cinema Judaico, organizado pela Hebraica e que exibe 30 obras de ficção e documentários ligados ao universo judaico.
Um dos filmes que apresenta o conflito é Sentença de Vida, eleito melhor documentário do Festival de Jerusalém em 2013, que mostra um casal formado por um árabe, que está por trás de vários ataques terroristas, e uma judia, que vivem em Israel. Outro filme que também trata dessa convivência é Dançando em Jaffa, que apresenta um dançarino que dá aulas para crianças dos dois povos.
A 9ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, que começa no próximo dia 13 e termina em 16 de setembro, terá uma parte especial, chamada Cinema Palestino, que irá mostrar oito filmes. Um deles é Omar, que conquistou os prêmios do júri no Festival de Cannes do ano passado e de melhor filme no Festival Internacional de Dubai (2013). Omar é um jovem padeiro que vive na Palestina ocupada e que precisa se esquivar dos tiros para escalar um muro que o separa da amada Nadia e de dois amigos de infância.
A mostra Cinema Palestino já estava planejada antes que o conflito entre a Palestina e Israel se intensificasse nos últimos meses, disse Geraldo Adriano Godoy de Campos, diretor e curador da Mostra Mundo Árabe, em entrevista à Agência Brasil. Segundo ele, o propósito dessa mostra é facilitar o acesso à cultura e informação sobre “esse pedaço do mundo”. “As pessoas recebem hoje as notícias sobre o que está acontecendo em Gaza, mas muitas vezes não sabem como é o dia a dia das pessoas que vivem lá”, disse Campos.
Um desses filme trata especificamente do território de Gaza, explicou o curador. É o documentário Diários, baseado na vida de três mulheres que, após um ataque militar, tentam reconstruir seu cotidiano em meio à ocupação israelense e ao controle das autoridades religiosas.
Ao todo, o Festival Mundo Árabe apresentará 26 filmes, divididos em quatro mostras. Além de Cinema Palestino, há também a mostra Panorama Mundo Árabe, que apresenta a diversidade da produção cinematográfica contemporânea dos países árabes, a mostra Cinema Egípcio Contemporâneo, que traz uma seleção de filmes de destaque da nova geração de cineastas egípcios, e a mostra Diálogos Árabes-Latinos, que contempla filmes latino-americanos que tenham temática relacionada aos países árabes.
O festival árabe ocorre em cinco salas de cinema da capital paulista: no Cinesesc, no Memorial da América Latina, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), na Biblioteca Mário de Andrade e no Centro Cultural São Paulo.
O Festival de Cinema Judaico é apresentado em cinco salas: duas delas na Hebraica (teatros Arthur Rubinstein e Anne Frank), no Cinemark Pátio Higienópolis, Cinesesc e Centro da Cultura Judaica. Além da produção cinematográfica de Israel, a mostra apresenta filmes da França, do Canadá, da Alemanha, dos Estados Unidos, do Brasil, da Polônia, Bélgica, República Tcheca e Macedônia.
Além de filmes que abordam o conflito e as relações entre os dois povos, o Festival de Cinema Judaico traz uma mostra especial com sete filmes sobre música, entre eles o clássico do cinema judaico Mamele (1938), restaurado recentemente, e um documentário sobre a cantora Amy Winehouse, chamado Amy Winehouse – O Dia em que Ela Veio a Dingle.
O Festival de Cinema Judaico custa entre R$ 5 e R$ 10. Mais informações podem ser obtidas em www.fcjsp.com.br. A Mostra Mundo Árabe de Cinema tem preços populares, entre R$ 1 e R$ 10, e as sessões na Biblioteca Mário de Andrade são gratuitas. Mais informações no endereço http://www.icarabe.org/
Editor Graça Adjuto
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