Festival de Berlim começa com várias estrelas e protagonismo de Ralph Fiennes
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Ralph Fiennes é destaque em Festival de BerlimBerlim, 6 fev (EFE).- O Festival de Berlim começou nesta quinta-feira com um tapete vermelho repleto de estrelas do filme “The Grand Budapeste Hotel”, uma comédia de Wes Anderson que conta com nomes como Ralph Fiennes, Willem Defoe, Adrian Brody, Tilda Swinton, Edward Norton, Jude Law e Bill Murray.
O festival garantiu com esse filme uma abertura desenhada para multiplicar os “flashes” em todas as direções, desde o impecável Fiennes e o estreante Tony Revolori até o resto do elenco, quase completo em Berlim.
“The Grand Budapeste Hotel” vai do absurdo à trama policial, com pinceladas reflexivas da uma Europa entre duas guerras e centrada na figura do perfeito gerente, Monsieur Gustave, que conhece um jovem empregado e os dois tornam-se melhores amigos. Entre as aventuras vividas pelos dois, constam o roubo de um famoso quadro do Renascimento, a batalha pela grande fortuna de uma família e as transformações históricas durante a primeira metade do século XX.
“Tive o privilégio de aceitar o orçamento de viagens e trabalho por um par de minutos de glória”, ironizou Anderson, cujo filme foi parcialmente rodado em um velho armazém de Görlitz (fronteira germânica-polonesa) e entre formosas paisagens de neve.
Tudo gira entorno de Fiennes, “porque fizemos o papel pensando nele “, disse o diretor, e desde a certeza de que “talvez outros papéis (os secundários) teriam sido intercambiáveis”, mas não o do gerente ou seu empregado, o estreante Revolori.
“Não me sinto tão protagonista. Todo filme é um trabalho em equipe”, respondeu elegantemente Fiennes.
Anderson retornou assim ao Festival de Berlim com um filme 100% fiel ao estilo dos dois precedentes com os quais concorreu ao Urso de Ouro: “Os Excêntricos Tenenbaums” (2002) e “A Vida Marinha com Steve Zissou”.
É quase impossível citar todos os atores que aparecem no filme, de clientes do estabelecimento, colegas do gerente, presos, policiais, cujo eixo é um hotel de luxo no coração da Europa de 1932, onde em qualquer momento explodirá a guerra.
Nenhum deles teve sequer seus dois minutos de protagonismo na entrevista coletiva.
No meio deste arsenal de estrelas, se perde o espírito do romancista que inspirou o roteiro, Stefan Zweig, questão que provavelmente não importe tanto no entorno do cinema. Anderson teve que explicar que esse autor austríaco foi “muito relevante na Europa, e que é pouco conhecido nos Estados Unidos”.
O longa abriu as sessões do Festival de Berlim, integrada por 20 filmes e com avultada presença de cineastas latino-americanos, os argentinos Celina Murga e Benjamin Naishtat, assim como o brasileiro Karim Aïnouz, que concorre com o filme “A Praia do Futuro” e a peruana Claudia Llosa.
Antes da abertura, o produtor e roteirista americano James Schamus, presidente do júri, mostrou claramente suas preferências pelos novos talentos representativos “menos conhecidos” do cinema.
“Para isto estamos aqui: para achar o novo, o dinâmico, o que não está tão presente nos circuitos mais frequentes do cinema”, afirmou Schamus, que expressou depois sua “satisfação” pelo peso da América Latina e Ásia na luta pelos Ursos.
Se Anderson desembarcou no Festival de Berlim com muitos de seus atores, Schamus compareceu com seus companheiros de júri, entre eles o ator austríaco Christoph Waltz, a diretora iraniana Mitra Farahani e seu colega francês Michel Gondry.
Após a midiática abertura de hoje, espera-se no sábado uma pessoa que, segundo os planos do festival, está destinada a monopolizar o máximo número de “flashes”: George Clooney, diretor e ator de “Caçadores de Obras-Primas”, junto a Matt Damon, John Goodman e, de novo, Murray. EFE
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