Festival de Dança Internacional atrai público diversificado em São Paulo
Apresentações de dança contemporânea estão entre as atrações de festival em São Paulo
dança em spA 8ª edição do Festival Contemporâneo de Dança Internacional deve atrair um público diversificado no final deste mês, na capital paulista, de acordo com expectativa dos organizadores. Além de bailarinos e pessoas que trabalham com arte vindos de todo o país e da América Latina, espectadores comuns também vão integrar o público estimado em 3,6 mil pessoas.
Adriana Grechi, diretora artística e curadora do festival, diz que o evento tem o objetivo de formar um novo público. “A gente procura tornar essa arte contemporânea de ponta acessível a todas as pessoas”, ressaltou. Em edições anteriores, moradores do centro e professores estavam entre os principais interessados, tornando-se público assíduo do evento.
Para a curadora, a dança contemporânea tem maior capacidade de atrair um público novo do que a clássica. “Pensando o mundo atual, ela cria muito mais conexão do que um trabalho de balé, que é mais tradicional”, disse.
A dança contemporânea, explica Adriana, permite que os artistas inventem a própria técnica e os movimentos. “São artistas pensando as formas de convívio, como o corpo pode estar presente no mundo. A diferença, por exemplo, para um festival de balé é que você tem um código. No balé tem o vocabulário de movimentos. Então, eles trabalham com invenção de linguagem”, explica.
Linguagem corporal
A programação prevê 14 apresentações com artistas pouco conhecidos no Brasil, mas com alta circulação na Europa, Ásia e nos Estados Unidos. Um dos destaques é o Madame Plaza, da coreógrafa marroquina Bouchra Ouizguen. O espetáculo traz dançarinas e cantoras tradicionais do mundo árabe, que se apresentam pelo mundo, mas sofrem preconceito no próprio país.
“Tem todo um caráter político nesse trabalho, de inventar formas de convivência. Não é só um corpo magro, como no balé, que pode dançar. Elas criaram uma maneira própria, baseada em tradições do Marrocos. É uma linguagem que está só ali no corpo delas”, define Adriana.
As oficinais de criação, voltadas aos estudantes e profissionais de dança, vão tratar sobre as próprias apresentações do festival. Os bailarinos têm a possibilidade de entender o pensamento, o procedimento, a maneira como o artista trabalha, como ele criou aquele espetáculo, explica Adriana.
A curadora cita que essa é uma oportunidade única, já que a cidade de São Paulo, apesar de estar presente no circuito mundial de cultura, não contava com um festival de dança contemporânea. O evento ocorre entre 29 de outubro e 15 de novembro, na Galeria Olido, Avenida São João, número 473 (com entrada livre) e no Sesc Santana, Avenida Luiz Dumont Villares, número 579, com ingressos a R$ 20. A programação completa pode ser consultada emwww.fcdsp.com.br.
O festival tem patrocínio do Banco Itaú, do Ministério da Cultura, do Governo do Estado de São Paulo, do Serviço Social do Comércio e de instituições internacionais de apoio à cultura.
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