Festival Femina exibe filmes dirigidos por mulheres ou com temática feminina

  • Por Agencia Brasil
  • 14/07/2014 20h07
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A trajetória de duas iranianas, Kaveh e Fariba, que tinham 20 anos e eram estudantes em 1979,  quando ocorreu a revolução islâmica no Irã, virando de cabeça para baixo seus ideais de emancipação feminina, é o tema do filme Meus sapatos vermelhos, que abriu hoje (14), às 19h, em sessão para convidados no CineMaison, no centro do Rio de Janeiro, a 11ª edição do Festival Internacional de Cinema Feminino – Femina. Dirigido pela cineasta Sara Rastegar, iraniana radicada na França, o longa-metragem conta como a história permanece na vida íntima de gerações, mesmo com o exílio.

Meus sapatos vermelhos volta a ser exibido amanhã, às 13h, na Livraria Cultura Cine Vitória, onde, até o próximo sábado (19), 73 produções de 31 países serão exibidas para o público, em sessões a preços populares. A programação do Femina abrange longas, médias e curta-metragens, de gêneros variados, mas que têm em comum o fato de serem dirigidos por mulheres ou de terem temática feminina.

“Este ano tivemos a grata surpresa de receber produções de países que nunca haviam se inscrito nas edições anteriores, comemora Eduardo Cerveira, curador do festival que é o primeiro do gênero no Brasil e na América Latina. Para a também curadora Paula Alves, “a seleção foi muito difícil, porque houve quase 800 inscritos para esta edição”.

A programação conta com mostras competitivas nacionais e internacionais. Terá também sessões especiais, entre elas: Programa Infantil, com curtas de animação e ficção para o público infantojuvenil; Masculino-Feminino, de filmes dirigidos por homens com temática feminina; Dividindo a Conta, com filmes co-dirigidos por homens e mulheres: e Eu Gosto É de Mulher, com filmes dirigidos por mulheres e temática lésbica.

Na mostra competitiva, filmes realizados a partir de 2012 concorrem às categorias Grande Prêmio Femina, Prêmio Especial do Júri, Melhor Direção e Melhor Destaque Feminino. São 12 filmes em competição na parte nacional e igual número na internacional. Entre eles, produções da Jordânia, Catar, Guatemala, Nicarágua e Palestina – países que participam pela primeira vez do evento.

No ano em que se rememora o cinquentenário do golpe de 1964, a homenageada especial do Femina é a diretora, roteirista e produtora Lúcia Murat, que conta em sua carreira com oito longas focados no universo feminino e uma trajetória pessoal marcada pela militância contra a ditadura militar. A Memória Que Me Contam, filme da cineasta, será exibido no sábado (19) às 17h.

O estímulo ao trabalho de jovens diretoras também é uma das preocupações do Femina. É o caso de Raquel Gandra, que teve seu curta de ficção A Gal and a Gun selecionado para uma das sessões especiais do festival. O filme, uma homenagem ao gênero noir holywoodiano, ambientado em cenários cariocas, é a primeira participação dela no Femina. “O festival é uma grande oportunidade para filmes que têm grande dificuldade de entrar no mercado, não tanto por serem de mulheres, mas por se tratarem de produções independentes”, avalia a cineasta.

As relações de gênero no campo audiovisual são também tema de um seminário que o Femina promove, de quarta-feira (16) a sexta-feira (18), das 11h às 14h, também na Livraria Cultura Cine Vitória. A programação completa do festival e os horários das sessões estão disponíveis no site www.feminafest.com.br ou no Facebook.

 

 

Editor Stênio Ribeiro

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