Fotógrafo J.R. Duran analisa fim da Playboy: “o que ferrou a revista não foi a internet”
O anúncio do fim da revista Playboy no Brasil após 40 anos marca o fim de uma era. Ao longo de boa parte desses anos, a história da publicação se confundiu com a do fotógrafo J.R. Duran, convidado desta sexta-feira (20) do Morning Show.
Com incríveis 9 capas entre as 10 mais vendidas sob as suas lentes, Duran explica que, somadas, elas atingem 8 milhões de exemplares. Mesmo com números expressivos, ele mantém a humildade: “só fui o centroavante e fiz o gol”.
Ele deu sua teoria sobre o fim da tradicional revista. Para J.R. Duran, “o que ferrou a revista não foi a internet”, mas, sim, outras publicações, como a Caras, que abriram o mercado das famosas e oferecem cachês sem a necessidade de mostrar nudez.
“Antigamente, uma celebridade queria comprar um apartamento e saía na Playboy. Quando começaram a entrar em anúncios e em revistas como a Caras, em que lucravam sem se despir, a revista perdeu espaço”, resumiu.
Sobre a última capa, J.R. frustrou as expectativas do público: “ouvi dizer que a capa já está feita e o fechamento em dezembro foi inesperado”. Isso significa, portanto, que não foi planejada para um “grand finale”.
Novas tecnologias e método de trabalho
Duran fez questão de reforçar que os equipamentos mais modernos, digitais e tudo mais, não fazem tanta diferença na qualidade das imagens. Para ele, o conceito é muito mais importante.
“Continuo fazendo o salto no escuro, não tenho essa coisa de olhar (as fotos) no computador durante o ensaio. O que mudou foi o pós-produção, que é mais rápido”, disse.
O fotógrafo contou que os trabalhos dependiam de uma relação de confiança. “O que faz a diferença é a cumplicidade entre a mulher e o fotógrafo”, explicou. Na visão dele, isso permite “propor coisas ousadas”.
Ele relembrou que tinha total controle em ensaios: “tinha uma liberdade assustadora, não tinha roteiro, nem nada, apenas uma equipe incrível”.
Photoshop
O polêmico Photoshop, para Duran, não tem que ser foco de críticas, já que “nada é real”. “Tudo é fantasia, a vida é sonho. O Photoshop que as pessoas falam não é um grande problema”, afirmou.
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