Fotógrafo sobre financiamento dado à Beija-Flor: “Outras escolas recebem dinheiro nem sempre legais para fazer o desfile”

  • Por Jovem Pan
  • 19/02/2015 12h30
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EFE Beija-Flor faz desfile sobre Guiné Equatorial; veja imagens

Na tarde da última quarta-feira (18) a escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, que homenageou a Guiné Equatorial durante todo o desfile na Sapucaí, foi a grande campeã do Carnaval 2015. Porém, a vitória está dando o que falar até o presente momento. Acontece, que a Beija-Flor recebeu um financiamento do governo ditatorial do país, no valor de R$ 10 milhões, para que a homenagem acontecesse de forma luxuosa. 

Para entender um pouco mais sobre assunto e debater as diversas opiniões e críticas ao financiamento, a Jovem Pan conversou com o fotógrafo Haroldo Castro, que conhece 37 países da África e que visitou a Guiné Equatorial, tendo, inclusive, trabalhos realizados sobre o país, para saber qual é o seu posicionamento sobre o assunto. Para ele, a Beija-Flor não pecou nos exageros mostrados na Avenida. Segundo Castro, em um evento como o Carnaval, são as riquezas e as qualidades de um país – ou de qualquer outra coisa que esteja sendo homenageada – que devem ser exaultadas. 

“Na verdade, é a mesma coisa quando um carro alegórico mostra a Amazônia. A Amazônia nossa também está sendo devastada, também está sendo carcomida pelas indústrias e nós vamos mostrar o quê em um Carnaval de cores e luzes? Nós vamos mostrar o lado positivo, o lado colorido”, disse. 

O fotógrafo explica, ainda, as diferenças socieconômicas existentes na Guiné Equatorial, país africano que é o terceiro maior produtor de petróleo. “A Guiné Equatorial é um país do tamanho do estado de Alagoas. Então, faz com que sua renda percapita seja muito alta. Embora, infelizmente, essa renda não seja distribuída como deveria”, comenta. 

Sobre o financiamento de R$10 milhões à escola carioca, Castro é bastante firme em sua opinião. ” Tanto a Beija-Flor quanto outras escolas de samba recebem dinheiro de muitas outras fontes e nem sempre legais. De fato, recebeu dessa vez de uma ditadura da Àfrica e aproveitaram porque com R$ 10 milhoes dá para fazer uma escola de samba rica”, diz. ” No mundo que a gente vive hoje em dia, isso parece que virou praxe. Acho que o dinheiro está aí e tem gente que adora o Carnaval e que resolveu apostar nele”, finaliza. 

Para ouvir mais detalhes da reportagem, ouça o áudio completo. 

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