FotoRio volta a fazer do Rio de Janeiro a capital da fotografia

  • Por Agencia Brasil
  • 30/07/2014 21h37
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Evento bienal que desde 2003 transforma o Rio de Janeiro, nos meses de sua realização, em capital da fotografia, o FotoRio passa agora a ocorrer todos os anos. Com o patrocínio da prefeitura do Rio, a versão dos anos pares, mais compacta, foi aberta no início da noite de hoje (30) com duas exposições no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto, no Humaitá, zona sul da cidade. Outras mostras serão inauguradas até o final de agosto, em 20 centros culturais e locais alternativos espalhados pelo município do Rio.

Ao longo dos 11 anos de existência, o FotoRio consolidou-se como o maior e mais significativo evento de fotografia do país. Mais do que uma sucessão de exposições de renomados fotógrafos do Brasil e do exterior, o FotoRio se caracteriza também pela promoção de palestras, debates, oficinas e mesas-redondas nas quais são discutidos os novos caminhos da fotografia em todo o mundo.

Para o fotógrafo e antropólogo Milton Guran, coordenador e curador do evento, a particularidade do evento está em sua origem. “O FotoRio é o resultado de um movimento de fotógrafos que se organizaram para dar visibilidade à fotografia como bem cultural de primeira necessidade”, explica.

Em matéria de exposições, o FotoRio 2014 terá mais destaque no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, próximo à Praça Tiradentes, no centro do Rio. Lá serão abertas, no próximo sábado (2), às 14h, cinco mostras de fotógrafos brasileiros e estrangeiros.

Uma delas é a do premiado belga Wim De Schamphelaere, que retrata populações de aldeias africanas em imagens recriadas digitalmente, de até sete metros de comprimento. Outra é a do norte-americano Peter Lucas, que garimpou, na feira de antiguidades da Praça 15, fotografias da década de 1960. “A recuperação de fotos encontradas é uma das tendências da fotografia contemporânea”, observa Guran.

Segundo o curador, as edições do FotoRio nos anos pares terão menor número de exposições e foco maior na produção de conhecimento, por meio de debates e seminários. Já no ano que vem, o evento será na sua versão mais ampliada, em uma centena de locais, devendo chegar a 200 exposições.

“Como 2015 será o ano em que celebraremos os 450 anos de fundação da cidade do Rio de Janeiro, teremos como tema a própria cidade. Pela primeira vez, o FotoRio será inteiramente dedicado a um tema”, antecipa Milton Guran.

Entre os seminários do FotoRio 2014, destacam-se Fotografia Pública e Experiência Histórica Contemporânea, de 12 a 14 de agosto, no Memorial Getúlio Vargas, na Glória, zona sul da cidade, e o 8º Encontro sobre Inclusão Visual do Rio de Janeiro, na mesma época, na Escola do Olhar do Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, zona portuária.

Pioneiro no gênero, o encontro sobre inclusão visual tem como objetivo proporcionar a troca de experiências entre diversos projetos que utilizam a fotografia como instrumento de inclusão social em comunidades populares. Participam do seminário coordenadores, alunos e monitores de projetos de todo o Brasil.

Para Milton Guran, atualmente o olhar das pessoas está sendo reeducado pelos dispositivos tecnológicos de produção de imagens. “Hoje praticamente todo mundo fotografa, e fotografa mais do que vê. Ninguém poderia imaginar, dez anos atrás, que a produção de imagens adquirisse tamanha universalidade. Apenas na virada do ano de 2013 para 2014 foram postadas nas redes sociais 1 bilhão e 300 milhões de imagens”, ressalta.

O FotoRio 2014 vai até 5 de setembro. A programação completa está disponível no site www.fotorio.fot.br.

 

Editor Stênio Ribeiro

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