“Há dores que se dizem calando, como a morte do Gabo” diz Galeano, no Rio
Buenos Aires, 18 abr (EFE).- O escritor uruguaio Eduardo Galeano, em visita ao Rio de Janeiro, lembrou seu amigo Gabriel García Márquez, morto aos 87 anos no México, e disse à TV argentina que “há dores que se dizem calando” e que “o que mais dói está nas belas palavras que a morte nos ganhou de mão e nos roubou”.
“Há dores que se dizem calando. Se dizem calando, mas doem igualmente. Como nos dói a morte de Gabo García Márquez”, disse Galeano, no Rio, em entrevista por telefone ao canal argentino “El Trece”.
“O que mais dói está nas belas palavras que a morte nos tirou das mãos e nos roubou. Eu acho que elas, as palavras roubadas, escapam à menor distração, fogem das páginas dos livros de Gabo e sentam ao nosso lado em algum café de Cartagena, Buenos Aires ou Montevidéu. Ou aqui, no Rio de Janeiro”, afirmou o escritor uruguaio.
O autor do célebre ensaio “As veias abertas da América Latina” pediu para beber “mais de um copo à saúde do saudável Gabo para rirmos juntos, porque ele seguirá vivo enquanto suas palavras vivam, e riam, e digam”. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.