Imprensa colombiana lamenta e se orgulha do compatriota imortal
Bogotá, 18 abr (EFE).- A imprensa colombiana chora nesta sexta-feira o Nobel Gabriel García Márquez, “o compatriota mais querido” – nas palavras do presidente Juan Manuel Santos – falecido na quinta-feira na Cidade do México aos 87 anos e já transformado em uma lenda da literatura universal.
A notícia da morte do filho de telegrafista de Aracataca rompeu nesta quinta-feira o silêncio das redações dos jornais que habitualmente não circulam a Sexta-Feira Santa mas que se mobilizaram para encher suas páginas eletrônicas com detalhes da vida e obra do autor de “Cem anos de solidão”.
Todos concordam que o Nobel de 1982 deixou uma obra para a posteridade.
“GABO, IMORTAL!”, em maiúsculas, estampa a primeira página do “El Tiempo”; “Para sempre”, seguido da assinatura do autor, mostra a capa do “El Espectador”; “O eterno legado de Gabriel García Márquez” é a manchete do “El Colombiano”; “Colômbia chora por Gabo” foi a escolha do “El País” de Cali e “Adeus a Gabo, o Nobel colombiano” abre o “El Heraldo” de Barranquilla.
Nas páginas dos cadernos especiais aparecem resenhas sobre o autor e sua obra, seu legado, sua importância para as letras castelhanas, suas frases e discursos, seus prêmios, seus gostos, fotografias, enfim, tudo que Gabriel García Márquez representa para o país e para o mundo.
“Agora, quando se apaga a luz na existência do colombiano mais notável de todos os tempos, é preciso agradecer novamente por tudo o que ele deu ao país, à América Latina e à literatura universal”, diz o editorial que “El Tiempo” publicará em uma edição especial no próximo domingo.
O jornal de Bogotá lançou ontem à noite uma edição extra impressa de oito páginas e hoje publicará um especial de 12 páginas em homenagem ao Nobel colombiano.
“Gabriel García Márquez marcou um ponto determinante para a escritura e criou uma obra de caráter universal. Quebrou a tradição literária e construiu, por meio de imagens fantásticas, uma maravilha cheia de poesia”, escreve “El Espectador”.
O jornal lembra que foi em suas páginas que Gabo exerceu o ofício de jornalista e que foi lá, também, que publicou em 13 de setembro de 1947 seu primeiro conto, “A terceira resignação”, o que foi “o começo de uma relação estreita” e de “uma história que não termina com sua morte”.
Outro jornal no qual também trabalhou em sua juventude, “El Heraldo”, de Barranquilla, imprimiu ontem uma edição extra de 12 páginas que sob o título “Luto em Macondo”, lembra que Gabo “elevou o nome da Colômbia ao patamar mais alto da literatura universal ao ganhar o Prêmio Nobel em 1982”.
Assim, a imprensa colombiana lamenta, mas ao mesmo tempo se enche de orgulho, por dividir o país com um dos maiores escritores de todos os tempos. EFE
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