Italiano “A Grande Beleza” ganha Oscar de melhor filme estrangeiro
Los Angeles (EUA), 2 mar (EFE).- O longa italiano “A grande beleza” ganhou na noite deste domingo o Oscar de melhor filme de língua não inglesa na 86ª edição dos prêmios da Academia de Hollywood, categoria na qual era o grande favorito.
Dirigido por Paolo Sorrentino, “A Grande Beleza” é quase uma nova versão de “La Dolce Vita” (1960) e tem como protagonista um dos atores italianos mais prestigiados, Toni Servillo, que passeia pela decadência de uma Roma tão atual como ancorada no passado.
Um filme super detalhista que tem o maravilhoso cenário de Roma como marco para uma história de personagens estranhos e vazios, que já tinha ganhado o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro.
É o 12º filme italiano que ganha um Oscar e desta vez venceu “A Caça”, do dinamarquês Thomas Vinterberg; “Alabama Monroe”, do belga Felix Van Groeningen; “The Missing Picture” do cambojano Rithy Panh, e “Omar”, do palestino Hany Abu-Assad.
“The Missing Picture” é o primeiro filme cambojano indicado ao Oscar na categoria de fala não inglesa, e “Omar” o segundo palestino. Duas cinematografias pouco desenvolvidas e pouco conhecidas, que, apesar da escassez de recursos ficaram entre os finalistas dos prêmios de Hollywood.
Ambas já tinham sido avalizadas pelo Festival de Cannes. “The Missing Picture” ganhou o prêmio principal da seção Um Certo Olhar, e “Omar” conseguiu o Prêmio do Júri dessa seção paralela, centrada nas novas vozes do cinema internacional.
“The Missing Picture” fala do genocídio praticado no Camboja pelos khmeres vermelhos durante o sanguinário regime (1975-1979) que deixou dois milhões de mortos.
Já “Omar” está centrado na luta pela liberdade de amigos da infância.
É o mais recente trabalho de Abu-Assad, que também dirigiu o primeiro filme palestinoindicado ao Oscar, “Paradise Now”, em 2005, dois anos depois de a Academia decidir aceitar incluir na lista trabalhos deste território.
O filme belga indicado é uma adaptação de uma obra de de Johan Heldenbergh sobre uma história de amor entre duas pessoas muito diferentes e que também discute uma doença infantil.
E o quinto filme que concorria ao Oscar era “A Caça”, um drama muito complexo no qual um homem é acusado injustamente, antítese do filme mais conhecido de Vinterberg, “Jagten”.
Protagonizado por Mads Mikkelsen, que ganhou o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes 2012 por este papel, demonstra sua capacidade de expressar fragilidade e ao mesmo tempo determinação ao encarnar a um homem que passa de ser admirado e querido a odiado e isolado por uma sociedade cheia de preconceitos. EFE
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