J.K. Simmons e Patricia Arquette, favoritos em sua primeira indicação

  • Por Jovem Pan
  • 20/02/2015 15h42
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J. K. Simmons e Patricia Arquette recebem as primeiras indicações ao Oscar

Divulgação J. K. Simmons e Patricia Arquette

J.K. Simmons (“Whiplash: Em Busca da Perfeição”) e Patricia Arquette (“Boyhood: Da Infância à Juventude”), ambos indicados pela primeira vez pela Academia de Hollywood, são os grandes favoritos ao Oscar nas categorias de melhor ator e atriz coadjuvantes, respectivamente.

Quase não restam dúvidas. Nas últimas semanas, os dois levaram para casa o Globo de Ouro, o Bafta e o prêmio do Sindicato de Atores dos Estados Unidos (SAG). Qualquer resultado diferente de uma vitória para ambos no domingo seria uma incrível surpresa.

MELHOR ATOR COADJUVANTE

J.K. SIMMONS, uma interpretação inquestionável.

Veterano de Hollywood, o ator agora vê a recompensa por uma extensa trajetória, de quase 150 projetos, que começou no fim dos anos 80 com aparições em séries e filmes para a televisão. As primeiras oportunidades no cinema vieram em “Regras da Vida” (1999), protagonizado por Michael Caine, e “Por Amor” (1999), com Kevin Costner no papel principal.

A popularidade de J.K. Simmons aumentou ao interpretar o editor J. Jonah Jameson na primeira trilogia de “Homem-Aranha”, dirigida por Sam Raimi. A partir daí, se tornou coadjuvante de luxo em Hollywood graças a obras como “Juno” (2007), “Amor sem Escalas” (2009) e “As Palavras”, além de seu papel na série “Divisão Criminal”.

Em “Whiplash: Em Busca da Perfeição”, Simmons, de 60 anos, interpreta um exigente professor de música que passa a contar com um jovem e ambicioso baterista de jazz na turma. O trabalho do ator no filme abriu as portas para superproduções como “O Exterminador do Futuro: Gênesis” e “Kong: Skull Island”.

ROBERT DUVALL, indicado 17 anos depois.

Ícone de Hollywood, Duvall comemora aos 84 anos a sétima indicação ao Oscar e a quarta como melhor ator coadjuvante, dessa vez por “O Juiz”, filme em que contracena com Robert Downey Jr. ao fazer o papel de um juiz que enfrenta uma acusação de homicídio.

Duvall conquistou o Oscar de melhor ator por “A Força do Carinho” (1983) e já havia sido indicado por “O Grande Santini – O Dom da Fúria” (1979) e “O Apóstolo” (1997) na mesma categoria. Como ator coadjuvante, concorreu ao prêmio por “O Poderoso Chefão” (1972), “Apocalypse Now” (1979) e “A Qualquer Preço” (1998).

No recente almoço da Academia, o artista disse saber que não levará o Oscar, mas que está feliz por ter o trabalho reconhecido. Além disso, afirmou que ainda sonha em poder interpretar Dom Quixote, um projeto do cineasta Terry Gilliam.

ETHAN HAWKE, com o gosto por desafios.

“Boyhood: Da Infância à Juventude” valeu a quarta indicação de Hawke ao Oscar e a segunda na categoria de ator coadjuvante. O artista já havia concorrido por “Dia de Treinamento” (2001) e pelos roteiros adaptados de “Antes do Pôr-do-Sol” (2004) e “Antes da Meia-Noite” (2013). Os dois últimos e “Boyhood” foram dirigidos por Richard Linklater.

Conhecido por aceitar desafios ao longo da carreira, não é de se estranhar que Hawke, de 44 anos, quisesse embarcar no experimento cinematográfico de “Boyhood”, gravado durante 12 anos. No longa-metragem, o ator interpreta um pai divorciado que luta para seguir em frente e encontrar novamente o amor enquanto cuida dos filhos.

Hawke aparecerá agora em “Regression”, o novo filme do diretor espanhol Alejandro Amenábar, no qual contracenou com Emma Watson. O primeiro trailer do filme já foi lançado.

EDWARD NORTON, o prodígio que nunca se foi.

Considerado um dos melhores atores de sua geração, Norton concorre por “Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)” em sua terceira indicação ao Oscar. O longa prova que seu talento se mantém intacto, apesar de ter ficado sem grande destaque nos últimos anos em filmes como “O Grande Hotel Budapeste”, “Moonrise Kingdom” (2012) – ambos de Wes Anderson – e “O Legado Bourne” (2012).

Essa é a segunda vez que Norton, de 45 anos, é candidato à categoria, após “As Duas Faces de Um Crime” (1996). Também foi indicado como melhor ator por “A Outra História Americana” (1998), trabalho que o consagrou na indústria cinematográfica.

Ao longo da carreira, o ator participou de sucessos como “Clube da Luta” (1999), de David Fincher, e “A Última Noite” (2002), de Spike Lee, mas também fracassos no cinema mais comercial, como em “Uma Saída de Mestre” (2003), “Cruzada” (2005) e “O Incrível Hulk” (2008).

MARK RUFFALO, a outra cara do “Hulk”.

Além de ser o atual “Hulk”, Mark Ruffalo já sabe o que é ser indicado ao Oscar. O ator concorreu pela estatueta de melhor ator coadjuvante por “Minhas Mães e Meu Pai” (2010) e agora repetirá o feito com o drama “Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo”, em que contracena com Steve Carell e Channing Tatum.

O filme de Bennett Miller se baseia no apavorante caso do psicopata milionário John du Pont que, sem experiência, quis se tornar o treinador de luta greco-romana dos Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de Seul 1988. Para isso, acolheu o medalhista Mark Schultz, a quem abriu as portas de suas magníficas instalações.

Ruffalo interpreta o irmão de Schultz, David, seu treinador pessoal, do qual decide se separar devido à relação entre os protagonistas e que finalmente aceita sua ajuda após comprovar a necessidade de sua presença.

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

PATRICIA ARQUETTE, o triunfo do cotidiano.

Poucas vezes se consegue conquistar a Academia com um papel sem artifícios, mas esse é o caso de Arquette, indicada pela primeira vez aos 46 anos. Em “Boyhood”, ela interpreta uma personagem tão real e cotidiana como a própria vida, e que, segundo disse em entrevista à Agência Efe, é inspirada na própria experiência como mãe.

No recente almoço feito com grande parte dos candidatos, a atriz disse que parecia estar vivendo um sonho e que está torcendo para não desmaiar caso suba as escadas do Teatro Dolby para receber o prêmio.

A atriz, um dos rostos mais populares da indústria nos anos 90, presente em obras como “Amor à Queima Roupa” (1993) e “Ed Wood” (1994), se afastou de Hollywood no início dos anos 2000 para se dedicar aos filhos e, posteriormente, encontrou seu lugar na televisão graças a séries como “Medium” e a atual “CSI: Cyber”.

MERYL STREEP, a rainha de Hollywood

Aos 65 anos, Meryl Streep é praticamente um nome certo nas apostas. No ano passado, a atriz marcou presença pelo trabalho em “Álbum de Família” e nesta edição volta a ser indicada com o musical “Caminhos da Floresta”, em sua 19ª indicação ao Oscar, recorde absoluto para qualquer ator ou atriz.

A atriz, que já levou a estatueta por “Kramer vs. Kramer” (1979), “A Escolha de Sofia” (1982) e “A Dama de Ferro” (2011), interpreta no musical, baseado no clássico de Broadway, uma bruxa que tenta desfazer um feitiço para recuperar a beleza perdida.

O gosto pela música, como já demonstrou em filmes como “Mamma Mia”, voltará a ser visto em “Ricki and the Flash”, no qual interpreta uma guitarrista de rock, e em um filme para televisão da HBO, dirigido por Mike Nichols, sobre a cantora Maria Callas.

EMMA STONE, a voz da razão em “Birdman”

Emma Stone, aos 26 anos, já é um dos rostos femininos mais conhecidos de Hollywood, capaz de aparecer em “blockbusters” como “O Espetacular Homem-Aranha” e misturar comédias comerciais (“Amor a Toda Prova”) com obras de autor como “Magia ao Luar” (2014), de Woody Allen, e “Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)”, pelo qual concorrerá a seu primeiro Oscar.

No filme, Stone é a problemática filha do protagonista, interpretado por Michael Keaton, uma adolescente cética após ter passado por uma clínica de reabilitação por vícios e que não hesita em fazer o pai – que é ator – enxergar a crueldade de sua realidade ou em flertar com um companheiro de elenco da peça em que trabalha.

Stone acaba de terminar sua participação na peça da Broadway “Cabaret” e estará em “Aloha”, o novo filme de Cameron Crowe, e “O Homem Irracional”, onde volta a ser dirigida por Woody Allen.

KEIRA KNIGHTLEY, a distinção britânica

O trabalho em “O Jogo da Imitação” rendeu à atriz, de 29 anos, a segunda indicação ao Oscar, após a conseguida por “Orgulho e Preconceito” (2005).

No filme, a britânica interpreta a matemática e criptoanalista Joan Clarke, que foi o grande apoio sentimental de Alan Turing, o atormentado gênio que contribuiu de forma decisiva para a vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial ao decifrar os códigos da máquina Enigma da Alemanha nazista.

A atriz, habitual em grandes produções de Hollywood após sua participação na franquia “Piratas do Caribe”, poderá ser vista futuramente escalando o “Everest”, filme de Baltasar Kormákur, no qual contracenará com Jake Gyllenhaal, Josh Brolin e Sam Worthington.

LAURA DERN, outro rosto resgatado dos anos 90

Dern, de 48 anos, conseguiu com “Livre” sua segunda indicação ao Oscar após “As Noites de Rose” (1991). A oportunidade anterior veio em uma época que seu rosto aparecia em projetos como “Veludo Azul” (1986), “Coração Selvagem” (1990) e “Jurassic Park” (1993), um de seus papéis mais célebres, onde interpretava a médica Ellie Sattler.

Filha dos artistas Bruce Dern e Diane Ladd, Laura leva a arte nas veias, como já mostrava desde pequena em “Sob o Signo da Vingança” (1973) e “Alice Não Mora Mais Aqui” (1974), em ambos acompanhada pela mãe.

Em “Livre”, a atriz aparece em uma série de lembranças que explicam a relação de uma filha com a mãe após vê-la morrer devido a um câncer terminal. A perda faz com que a jovem percorra a pé a costa oeste dos Estados Unidos para refletir sobre a vida. EFE

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