Leonardo Cata Preta relata dificuldades em abordar a sustentabilidade na Avenida

  • Por Jovem Pan
  • 26/02/2014 18h26
Jovem Pan/Cris Santos Leonardo Cata Preta

Algumas pessoas questionam o fato de um carnavalesco desenvolver o trabalho de duas agremiações. É o caso da Império de Casa Verde. Alexandre Louzada está em São Paulo na escola e também no Rio de Janeiro, no trabalho do desenvolvimento da escola de samba Portela.

Mas ele não está sozinho. Assistente de Louzada, Leonardo Cata Preta fala aos ouvintes do Portal Jovem Pan como funciona o trabalho de um assistente carnavalesco.

“A gente tem que imaginar o que o carnavalesco quer. Como este ano o Louzada está no Rio e é o meu segundo ano aqui na Império, a gente trabalha muito através de e-mail, de imagens que eu envio para ele”, explicou Cata Preta.

Ele também explicou sobre o tema escolhido pela escola e do que falará cada carro alegórico. “A Império pegou o tema sustentabilidade, é um tema que está na boca do povo, a questão da consciência do mundo. Então a gente dividiu o carnaval em quatro elementos: fogo, terra, água e ar, e trouxemos também dois elementos-surpresa”, antecipa.

“O nosso abre-alas vem com a Revolução Industrial, a questão da poluição das indústrias, da onde começou essa degradação dos recursos naturais. No último carro, a gente traz a questão da sustentabilidade, onde a gente mostra como reutilizar esses materiais por meio da reciclagem”, diz Leonardo.

Além desses, o carro da água fala sobre o desperdício e a poluição dos rios; o carro da terra aborda a queimada e a poluição do solo; o carro do ar fala sobre a poluição na atmosfera por causa dos automóveis e, no último carro, a questão do fogo diz respeito aos riscos que o sol pode trazer à pele, devido aso buracos na camada de ozônio.

“A sustentabilidade é um tema difícil”, confessa Leonardo Cata Preta. “Não é uma coisa fácil eu fazer uma fantasia de teto solar. A gente teve dificuldade nisso, então a gente partiu para a parte cênica, essa parte animada. A gente traz vários recursos, como no carro do peixe, na poluição, eles vêm com máscara de mergulho, é uma coisa cênica, animada, para demonstrar realmente que o peixe está sofrendo em seu habitat natural”, exemplifica.

“Temos recursos também no nosso carro do banho. São pessoas que vão estar tomando banho, de repente a água vai acabar, e eles todos ensaboados”, adianta o assistende carnavalesco. “A gente teve que partir para um outro recurso para ficar uma coisa mais didática e a pessoa realmente ver a nossa mensagem”.

O assistente também relata as diferenças entre os carnavais carioca e paulista. Leonardo diz que, em São Paulo, o recurso de mão de obra é um pouco escasso. “O pessoal de São Paulo é só ensinar que eles aprendem”, ressalta, entretanto. “No carnaval da Império, eu trabalho com apenas 10 pessoas para fazer um trabalho desse tamanho”, valoriza-se.

Outra diferença encontrada por Cata Preto é que “em São Paulo é um carnaval mais intelectual, onde a pessoa busca realmente a informação. É um carnaval que tem que estar passando realmente a mensagem na Avenida”.

“Então o Louzada teve esse cuidado em todos os carros, a gente está fazendo uma boa leitura, em que as pessoas vão olhar nosso carro, nossas fantasias e vão identificar o que realmente ele quer representar”, orgulha-se.

5ª colocada em 2013, a Império de Casa Verde terá à frente da bateria de Mestre Zoinho a rainha Valesca Reis.

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