Livro relata ascensão de Pablo Escobar no narcotráfico

  • Por Camilla Feltrin/ Jovem Pan
  • 14/01/2015 11h13
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Livro deu origem à série exibida pela +Globosat

Divulgação Livro de Pablo Escobar

Mesmo 22 anos após a morte, o traficante colombiano Pablo Escobar rende produtos culturais. Nos cinemas, o criminoso acaba de ser vivido por Benício Del Toro no filme Paradise Lost (2014) e ganhou uma série no canal da TV por assinatura +Globosat. Os 74 episódios foram baseados no livro Pablo Escobar – A Ascensão e Queda do Grande Traficantes de Drogas (Editora Planeta, 368 páginas, R$ 44,90), de  Alonso Salazar J, jornalista e ex-prefeito de Medellín, cidade em que o traficante aterrorizou e foi assassinado.

Assassinado? Na versão do irmão mais velho de Escobar, Osito, Pablo cometeu suicídio na iminência de ser pego pelas autoridades.  O tumulo de Pablo, conforme relata o livro, virou uma atração no cemitério, local de peregrinação de muitos cidadãos pobres colombianos e até do exterior. Lá, os fiéis pedem e agradecem ao santo listado como um dos homens mais ricos do mundo pela revista Forbes na década de 1990.

   A imersão do colombiano no crime se deu no começo da vida adulta, quando conheceu o vizinho contrabandista, Alfredo Gómez. Apelidado de El Padrino, versão latina para o apelido de Michael Corleone, protagonista do filme O Poderoso Chefão. Gómez era o cabeça do comércio ilegal de cigarros, eletrodomésticos e bebidas alcoólicas pelo Panamá, Honduras e El Salvador e aceitou Pablo como um dos guarda costas e posteriormente, após ser preso e com uma idade já avançada, deu a ele parte do poder.

A admiração pelo padrinho era grande. Poupado pela imprensa de Medellín, Gómez era motivo de diferentes notícias dos periódicos de Bogotá, os quais Pablo lia, recortava e guardava como “provas fidedignas do poder do padrão”, segundo o livro de Salazar. Depois que ascendeu na bandidagem, Pablo também começou a fazer um clipping de suas aparições na imprensa nacional e internacional, que rendiam cômodos cheios de recortes. Contratou até um cartunista para fazer um livro de desenhos sobre ele.

Relatada apenas nos últimos episódios da série, a inclinação de Pablo para a política foi recordada na publicação. O traficante reconstruiu um bairro inteiro para pobres na periferia de Medellín após um incêndio e entregou quadras de futebol iluminadas para jovens de comunidades carentes. A benfeitoria social lhe rendeu prestigio, tanto que fez campanha para o Congresso em 1982. Conseguiu o cargo de suplente.

A espetacular rendição de Pablo para as autoridades em um presídio que ele mesmo mandou construir segundo suas especificações, com direito a ladrilhos italianos no banheiro, ganha destaque. Sequestros, explosões e atentados contra cidadãos, políticos, inimigos, traidores e outros bandidos também ganharam páginas. 

O livro também traça a infância simples do megratraficante. Status e dinheiro eram o que Pablo Escobar buscava. O primo e companheiro Arcangél relata que quando adolescentes o traficante prometeu que se suicidaria se não tivesse 1 milhão de pesos até os 25 anos. Escobar se livrou da morte e com essa idade já tinha fuzilado alguns desafetos e desfrutado dos benesses proporcionados altas quantias de dinheiro. Aos 28 já tinha uma mansão em Club Campestre, bairro dos ricos medellinenses. Não passou dos 44, porém, quando foi morto pelas autoridades policiais no dia de seu aniversário.

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