Morre o escritor alemão Günter Grass aos 87 anos

  • Por Agência EFE
  • 13/04/2015 09h02

Günter Grass durante inauguração da exposição "Hundejahre" em Munique EFE Günter Grass

O escritor alemão Günter Grass, Prêmio Nobel de Literatura e Príncipe das Astúrias das Letras, morreu aos 87 anos de idade em Lübeck, informou nesta segunda-feira a editora Steidl

Considerado o mais importante escritor em língua alemã do pós-guerra e uma referência em seu país, Grass conquistou fama mundial com a publicação do romance “O tambor de lata”, em 1959.

Quarenta anos depois, em 1999, recebeu os dois mais importantes prêmios da literatura mundial, o Nobel e o Príncipe das Astúrias das Letras.

Outras obras de destaque do autor foram “Descascando a cebola” (2006), seu polêmico livro de memórias; “A passo de caranguejo” (2002), além de “O meu século” (1999), “Uma longa história” (1995), “Anos de cão” (1963) e “O gato e o rato” (1961).

Grass é considerado uma autoridade moral e política na Alemanha, por seu compromisso constante com o passado recente do país e capacidade de entrar em qualquer polêmica e controvérsia.

O escritor apoiou a política do Partido Social-Democrata (SPD) em tempos do chanceler Willy Brandt e, embora depois tenha se afastado da legenda, por considerá-la centrista demais, apoiou sucessivas campanhas eleitorais, incluída a de Gerhard Schröder, que governou a Alemanha de 1998 a 2005.

Grass foi um crítico ferrenho dos conservadores, especialmente nos tempos do chanceler Helmut Kohl (1982-1998).

No terreno literário, tornou-se lendária sua inimizade com o mais feroz crítico do país, Marcel Reich-Ranicki.

Nos últimos tempos, sua figura esteve envolvida em sucessivas polêmicas, tanto por seu reconhecimento, nas memórias publicadas em 2006, que serviu nas tropas nazistas SS Waffen, como por suas críticas a Israel, algo considerado um tabu na Alemanha.

Grass afirmou há dois anos atrás que Israel era uma ameaça para a paz mundial.

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