‘Ele queria aperfeiçoar a perfeição’, afirma Ruy Castro sobre João Gilberto
O jornalista e escritor Ruy Castro lamentou a morte do cantor e compositor João Gilberto, que morreu neste sábado (6), aos 88 anos. Castro descreveu Gilberto como alguém sempre em busca da perfeição. “Ele tinha um conhecimento monumental do passado musical brasileiro, do samba. E foi isso que permitiu a ele fazer a Bossa Nova. Ele queria aperfeiçoar a perfeição”, afirmou Castro à Jovem Pan.
Ruy Castro é autor da biografia Chega de Saudade (1990), que conta, entre outras histórias da Bossa Nova, a vida musical de João Gilberto. Castro lembrou o cantor como uma pessoa que viveu para música, em função do violão, da voz, da beleza, qualidade e excelente. “Ouçam seus discos. Quem sabe isso vai nos inspirar para que o Brasil volte a fazer melhor música popular. Música com qualidade e interesse”, disse.
“O legado dele são os 15 ou 20 discos que ele gravou e estão aí. Esses discos tem que ser ouvidos diariamente por qualquer pessoa que simplesmente goste de música. Música com com melodia, harmonia, ritmo e letra”, destacou Castro, que também lembrou o jeito único de João Gilberto tocar. “Música que foi feita para ser ouvida com atenção”, completou.
Ruy Castro contou que falava muito com João Gilberto por telefone enquanto preparava sua biografia. “Tinha total liberdade de telefonar para ele a qualquer hora. Ficávamos ao telefone 4 ou 5 horas. Era um privilégio participar de diálogos como aqueles”
Para o escritor, a morte de João Gilberto deixa o mundo mais pobre. “Eu espero que ele tenha simplesmente dado uma última nota no violão dele, fechado os olhos e apagado feito um passarinho”, afirmou Ruy Castro.
*Com informações da repórter Victoria Abel
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