Novo disco do Capital Inicial falará sobre intolerância e falta de diálogo no Brasil
Dinho Ouro Preto, líder do Capital Inicial, conversou exclusivamente com a Jovem Pan e revelou o que muito fã da banda quer saber: quando vai sair o novo disco de inéditas? O líder do grupo afirmou que pretende soltar o material até o início de 2018 e revelou que as letras falarão sobre o clima político conturbado que o Brasil passa.
A parte que mais chama a atenção do veterano do cenário do rock nacional é a falta de diálogo que os brasileiros possuem entre si, por suas diferenças ideológicas. Para Dinho, esse “Fla-Flu” não é positivo para o país.
“Sim, nossas músicas vão falar sobre esse clima político, impossível não tocar nesse assunto. Tem vários aspectos que vem acontecendo no Brasil que me chamam a atenção. Eu escrevi um texto sobre a polarização, uma certa gritaria e cacofonia que há no Brasil, onde ninguém quer ouvir o que o outro tem para dizer. Me chama a atenção como uma novidade brasileira, talvez não exclusiva apenas do Brasil. Tenho visto isso pelos EUA, Franças, Inglaterra, uma polarização cada vez maior, onde você atende a uma coisa causa bipolar”, disse.
“Deixou de haver um diálogo e isso não pode ser positivo para o Brasil. Acredito que você não deve desqualificar e ver seu antagonista como adversário, inimigo. Tenho percebido os debates no Brasil indo para esse lado. Algo como: ‘não quero saber o que você tem para falar’, ‘não quero ouvir a sua opinião’ e ‘Fique mudo e calado’. Tenho escrito coisa nessa direção, sim ligado a política, mas por outro ponto de vista, de intolerância e falta de diálogo. Acabamos falando de todos os aspectos da política e esse é um deles”, completou.
São 34 anos de estrada, com diversos hits e dois álbuns acústicos completamente distintos entre si. Dinho pretende manter o hábito de lançar trabalhos inéditos a cada dois anos, planejando dar aos fãs o próximo registro entre o fim de 2017 e início do próximo ano.
Mesmo tendo apenas rascunhos de letras e de músicas, o cantor já idealiza como quer que o material seja. Com empolgação em seu tom, Ouro Preto espera que a sonoridade parecida com o que foi apresentado em ‘Das Kapital’, de 2010. O disco é um de seus preferidos.
“Vai sair um disco parecido com o ‘Das Kapital’, que é um dos que eu mais gosto. Ele tem o ‘Depois da Meia-Noite’ e o ‘Vamos Comemorar’. Gosto muito desse disco e adoraria que ele soasse um pouco como ele. Um pouco mais nervoso e visceral”, explicou.
“Não vivemos de nostalgia e naftalina”
A vontade de sempre estar em estúdio e conquistar novos fãs move o Capital Inicial a lançar músicas inéditas nesses 34 anos de história. Sem querer se apoiar em glórias passadas, Dinho Ouro Preto diz que a longevidade do grupo se dá pela renovação de conteúdo constante que eles buscam.
“A gente nunca procurou em se pautar por nostalgia e saudosismo. O Capital está sempre pensando coisas. A gente tem o hábito de lançar álbuns novos a cada dois anos”, contou. “Uma das explicações da nossa longevidade é a renovação de pessoas em nossos shows. Conseguimos manter uma lealdade dos fãs mais velhos então tem acontecido de ver pessoas de todas as idades em nossos shows. Acredito que, em partes, isso se explica pela atitude que o Capital tem, de nunca viver de nostalgia e naftalina. Quer sempre apresentar canções novas”, acrescentou.
Dinho explica essa teoria utilizando os dois acústicos que a banda lançou. O primeiro, de 2000, contou com hits das antigas, enquanto o segundo, de 2015, trouxe músicas distintas, da segunda fase do grupo.
“Fizemos o nosso segundo acústico há dois anos e ele é o que o Capital produziu de 2000 para cá. Ou seja, só traz a segunda fase do Capital. É só o que produzimos nos últimos 14 anos. Esse disco representa bem esse espírito, de ser capaz nessa altura do campeonato, fazer um disco ao vivo só com músicas dos últimos 14 e excluindo os outros 20 anteriores”, concluiu.
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