“Por que artista tem que ser de esquerda ou progressista?”, questiona Caetano Veloso
Após críticas por marcar uma apresentação em Israel, Caetano Veloso e Gilberto Gil falaram abertamente sobre a questão após um show realizado nesta quinta-feira (25) em Amsterdã.
A dupla, que comemora 50 anos de carreira, minimizou o pedido de Roger Waters, do Pink Floyd, para o boicote à nação judia por conflitos com o povo palestino, que reside na mesma região. “Eu, pessoalmente, não penso em fazer nada (nenhum ato político). Eu penso em fazer o show”, disse Caetano aos jornalistas após tocar na cidade holandesa, segundo reportou o blog Farofafá.
O artista, conhecido pela contestação política ao longo dos anos, também questionou o enquadramento ideológico e o movimento que coleta assinaturas pró-boicote. “Alguns colegas nossos são líderes de atitudes reacionárias públicas. Por que artista tem que ser de esquerda ou progressista? Isso é besteira. Eu sempre achei besteira. Esse negócio de que você tem que ser atrelado automaticamente está errado”, falou Caetano.
Além de Waters, o arcebispo sul-africano e Nobel da Paz Desmond Tutu pediu para que a dupla desmarcasse a apresentação em Tel-Aviv. “Nós, sul-africanos, sofremos décadas de apartheid e podemos reconhecer isso em outros lugares. Eu, pessoalmente, testemunhei a realidade de apartheid que Israel criou dentro de suas fronteiras e nos territórios palestinos ocupados”, escreveu em um documento datado em 12 de junho.
Caetano e Gil têm uma série de shows marcados na Europa com o espetáculo “Dois Amigos”, com clássicos das carreiras dos músicos.
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