Rolling Stones comemoram meio século de banda e apostam em hits certeiros
O último disco dos Rolling Stones já tem uma década de vida “A Bigger Bang” completou 11 anos em 2016, e o afastamento quase completo dos estúdios há uma década – com exceção das duas inéditas lançadas na coletânea “GRRR!”, em 2012 – desobriga os maiores e mais relevantes dinossauros em atividade no rock mundial a não se prenderem ao repertório deste ou aquele disco lançado.
Pela primeira vez, o grupo de Mick Jagger, Keith Richards, Ronnie Wood e Charlie Watts não tem obrigação de divulgar absolutamente nada. A não ser, é claro, eles mesmos. O quarteto comemorou 50 anos de carreira há quatro anos e seguiu com a festa até agora. A turnê que chega a São Paulo nesta quarta-feira, 24, no Morumbi, às 21h, é uma espécie de best of ou greatest hits. Só o fino, e obviamente aquilo de mais popular na produção deles, entra na concorrida briga por um lugar entre as 18 escolhidas pelo quarteto inglês. Os Stones voltam ao estádio paulistano no sábado, 27, às 21h. Nos dois dias, os portões são abertos às 16h.
Se levarmos em consideração o disco mais tocado em um repertório médio, baseado nas seis apresentações dos Stones até esse show no Morumbi, somos levados diretamente para o período mais prolífero e audacioso da banda, na virada dos anos 1960 e início da década seguinte. A grande estrela desse set list é “Let It Bleed”, com quatro prováveis músicas. Quase certas são “Midnight Rambler”, “Gimme Shelter” e “You Can’t Always Get What You Want” – essa última é um dos hinos dos Stones, uma das mais precisas constatações sobre as frustrações da vida moderna. “You Got the Silver” foi executada em três das seis apresentações latinas e entra na cota das duas músicas cantadas pelo guitarrista Keith Richards a cada show.
São 24 discos de estúdio lançados pelo grupo ao longo da carreira – um número maior do que a quantidade de canções apresentadas por noite. Por isso, muito fica de fora. Os Rolling Stones, contudo, sabem como funciona o show biz como poucos. Sobreviveram aos anos loucos iniciais, aos abusos, à tríade de sexo, drogas e rock and roll, aos difíceis anos 1980, à velhice, às intrigas. São sobreviventes, afinal. E, ao vivo, são capazes de levar multidões de volta aos anos dourados.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.