Toni Garrido relata agressões, roubo de instrumentos e brigas nos bastidores do Cidade Negra; entenda a polêmica
Cantor e Bino Farias disputam com Lazão, Da Ghama e Ras Bernardo o domínio do nome da banda
O cantor Toni Garrido citou casos de agressão, roubo e disputa pelo uso do nome Cidade Negra ao expor o que motivou o rompimento da banda de reggae, que atualmente é formada apenas pelo vocalista e pelo baixista Bino Farias. O baterista Lazão, o guitarrista Da Ghama e o cantor Ras Bernardo estão em um novo projeto chamado Originais Cidade. “Eu não queria expor essa ‘sujeirada’ toda porque o fã não merece. Está definido agora, o Cidade Negra sou eu e o Bino Farias. A gente vai continuar o trabalho fonográfico assim que a gente tiver a limpeza de alma e de espírito para isso”, afirmou Toni ao G1. Procurada pela Jovem Pan, a assessoria de imprensa do cantor confirmou as declarações dadas pelo artista na entrevista. Segundo o jurado do “The Voice+”, entre 2014 e 2015 Lazão começou a ficar violento com os integrantes do grupo. “Um dia ele me deu um soco que rasgou meu olho e saiu sangue”, comentou Toni. “Um dia ele deu um soco na cara do Bino. Ele foi fazendo milhões de coisas. A banda, equipe técnica acompanhando aquilo tudo… e me perguntando: ‘Toni, você não vai fazer nada? Ele não pode fazer isso, ele tá louco, ele tá pirado’.”
Bino contou que levou um soco de Lazão após um show que fizeram em Porto Alegre, em 2015. O baterista teria se irritado após Toni fazer um comentário sobre a importância de fazer a passagem de som antes de uma apresentação. “Rolou uma agressividade dele do nada. E quando eu fui tentar separar uma situação que já estava passando… foi uma agressão, o soco que ele deu na direção do Toni pegou na minha boca, no nariz. Quando eu olhei no espelho, tinha um espelho grandão dentro do camarim, meu nariz saindo sangue”, contou. Além de supostamente agredir os parceiros de banda, Lazão também teria vendido equipamentos do grupo sem autorização. Toni disse que durante a pandemia eles estavam ensaiando na casa do baterista, pois ele possui um estúdio na sua residência. O cantor deixou seus equipamentos na casa de Lazão e, ao pedir para um engenheiro de palco ir buscá-los, descobriu que eles não estavam mais lá.
Segundo o vocalista do Cidade Negra, Lazão deu várias desculpas sobre onde estavam os equipamentos e chegou a dizer que o caseiro da casa ao lado poderia ter roubado. “Aí um dia, falando [pelo celular], eu tenho a gravação… e ele fala exatamente o seguinte: ‘Os instrumentos do Toni? Aquelas guitarras? Tudo podre, tudo estragado, aquelas merdas todas? Quer saber? Vendi, vendi tudo mesmo.’ Eu tenho essa gravação e tem seis meses que isso aconteceu. Ele vendeu as minhas guitarras, meus equipamentos todos durante a pandemia”, lamentou o artista. “Por que não vendeu as coisas dele? É o meu equipamento que eu trabalhei [para comprar], tem uma guitarra verde que eu adoro, que eu passei a vida inteira atrás de uma guitarra verde… viajei o mundo até conseguir aquela guitarra. Ele vendeu.”
Disputa pelo nome da banda
O nome do Cidade Negra também é motivo de desavença entre os músicos, isso porque Toni é o dono do registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O cantor disse que sua intenção é criar uma empresa para que ele e Bino sejam os donos da marca. Bino afirmou que foi ele quem sugeriu Cidade Negra para ser o nome da banda e Toni só registrou após um acordo feito em uma reunião na qual Lazão e Bino estavam presentes. A Jovem Pan entrou em contato com o advogado Nehemias Gueiros Jr., que representa os atuais integrantes do Originais Cidade. Em nota, ele afirmou que “as declarações do Toni fugiram completamente do objetivo do litígio, que é unicamente a marca Cidade Negra”. O advogado também disse que “o nome Cidade Negra foi criado pelos quatro fundadores originais, Lazão Da Gama, Bino e Ras Bernardo, oito anos antes de Toni ser convidado para integrar a banda”.
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