“Não tenho interesse em voltar a trabalhar com Pink Floyd”, diz David Gilmour
David Gilmour não quer mais saber do Pink Floyd
David GilmourO guitarrista e cantor David Gilmour disse nesta quinta-feira (10) em São Paulo que não tem “nenhum interesse em voltar a trabalhar” com os ex-companheiros de Pink Floyd, a histórica banda de rock que o lançou ao estrelato.
“Nem quero e nem tenho a intenção de voltar a trabalhar com esse grupo de gente. Temos uma história muito dolorosa”, disse Gilmour durante entrevista coletiva em São Paulo, onde o músico iniciará sua primeira turnê sul-americana.
Gilmour se apresentará neste mês em São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Buenos Aires e Santiago do Chile com seu novo álbum, “Rattle that Lock”.
O último projeto conjunto da banda britânica, para muitos uma das mais influentes do século XX, foi “The Endless River”, disco lançado em 2014 em homenagem ao falecido tecladista e ex-integrante do grupo Rick Wright. Gilmour informou que esse seria o último trabalho que a banda faria junta.
Em 2015 também se completa uma década desde o último show da banda, um espetáculo que “fechou o ciclo” e que não se livrou de “muitos momentos de tensão”, os mesmos que o músico declarou que se nega a repetir.
“Nesta etapa da minha vida, o que me interessam são os incentivos comerciais”, comentou, embora aos 69 anos ainda tenha vontade para fazer turnês.
“O que a turnê tem de especial é que eu ainda estou aqui para fazê-la. É incrível estar na América do Sul porque há anos parecia impossível vir devido às complicações da viagem e às dificuldades para vir com outras pessoas”, afirmou.
Gilmour reconheceu não saber muito sobre música sul-americana, a não ser “o que se ouve na rádio na Inglaterra e nas comemorações de rua”.
Se “The Endless River” recuperava o legado psicodélico da década dos anos 90, o novo trabalho, por outro lado, absorve influências de outros estilos, como o jazz.
“Pode parecer que me sinto mais livre para experimentar agora que deixei o Pink Floyd para trás, mas não é assim”, declarou o músico, para acrescentar que a mudança musical “não foi nada deliberada” e que não há “nem mistério nem magia” nisso.
Com a exceção de “Push the sky away”, do australiano Nick Cave, Gilmour não soube mencionar quais são seus álbuns preferidos, mas confessou ter muita vontade de assistir um show do canadense Leonard Cohen.
O “romance” de Gilmour com Pink Floyd data de finais dos anos 60, quando o chamaram para substituir Syd Barrett. Junto a Roger Waters, então líder do grupo, fizeram história com os lendários discos “The dark side of the moon” e “The wall” e se tornaram ícones de uma geração que levou o rock ao topo.
“Não se pode prever (se haverá outra geração igual). Resta esperar que isso ocorra, embora não haja nada que indique que vá acontecer agora. Mas é possível, e eu gostaria de estar errado”, concluiu Gilmour.
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