“Nós colidíamos muito com o queríamos fazer”, diz Projota sobre coletivo com Rashid e Emicida

  • Por Jovem Pan
  • 09/09/2015 14h26

Rapper esteve nos estúdios do programa Pânico nesta quarta-feira (9)

Bruna Piva / Jovem Pan “Nós colidíamos muito”

Com cerca de 6 milhões de seguidores no Facebook, Projota foi de balconista a um dos nomes mais respeitados no rap nacional. Aos 29 anos, ele garante ainda não ter se adaptado ao status de “fenômeno”.

“Cara, quando falam isso eu penso: ‘anos atrás eu vim aqui e falei que não era’. Viver de rap no Brasil já é um fenômeno e desde 2009 eu comecei a viver disso. Eu demorei muito, foi tudo muito devagar, degrauzinho por degrauzinho. Só me tornei fenômeno porque consegui me manter. Muita gente chega, mas é difícil ficar. É assim, acho que por perseverança”, disse em entrevista ao Pânico nesta quarta-feira (9).

Com muitas músicas românticas em seu repertório, ele explicou que desde o início da carreira gostava do estilo e que chegou a sofrer certa resistência de parte do público.

“Quando eu comecei a despontar, muita gente apontava pra dizer ‘isso aí não é rap’. É rap, só que é um rap diferente do seu, porque a minha vivência é diferente da sua. A galera antiga do rap, no começo, assustou, aí, com o tempo, eles foram assimilando e entendendo”, explicou.

Com muitas influências no rock e no samba, antes de seguir em carreira solo, ele chegou a tocar com dois amigos, os também rappers, Emicida e Rashid, e contou da dificuldade de se manter em frequente sintonia para resolver as questões e até direcionar os projetos.

“Eu comecei tendo grupos e já tive dois coletivos também. E não dá, cara. Um dos coletivos que eu tive com o Rashid e o Emicida, quando acabou, os três cresceram. É difícil, éramos três Mc’s, então a gente colidia muito com as coisas que queríamos fazer. Depois cada um resolveu fazer o seu trampo, mas ainda somos amigos”, reiterou.

Em alta

Com o mercado de música independente aquecido, muitos artistas tem conseguido aproveitar a deixa para vender produtos personalizados e criarem suas próprias referências.

“Eu acabei nunca fazendo uma marca, que nem o Emicida tem, por exemplo, me foquei no lance da música mesmo. Hoje a gente até tem um merchandising nos shows, que vende algumas coisas, mas não é nada grande. Tenho um projeto de vir a ter uma marca, mas por enquanto é só a música mesmo”.

Além do sucesso nas rádios, atualmente o rapper também tem três músicas suas tocando em novelas da Rede Globo. “Elas Gostam Assim”, de I Love Paraisópolis, “Hey Irmão” e “Tanto Faz”, ambas em Malhação.

“A televisão ajuda, impulsiona, mas ela não é determinante mais. Eu toco nos dois cantos mesmo, adoro tocar em show aberto na periferia, na rua. Mas ao mesmo tempo, já toquei em tudo quanto é casa mais elitizada. E vai todo mundo, mesmo quem não tem um poder aquisitivo tão alto”.

No próximo sábado (12), no Áudio Club, em São Paulo, o rapper dá início a sua nova turnê, que conta com um show preparado com banda e cenários exclusivos.

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