O iogurte búlgaro, um elixir de longevidade e milagre dietético

  • Por Agencia EFE
  • 26/10/2014 10h38
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Vladislav Punchev.

Studen Izvor (Bulgária), 26 out (EFE).- Elixir de longevidade, alimento, remédio, desintoxicante, elemento dietético e afrodisíaco – cientistas no mundo todo confirmaram e comprovaram as maravilhosas qualidades do iogurte, um alimento básico, inventado há mais de um século por um búlgaro.

Stamen Grigorov descobriu em 1905 a base científica da produção do iogurte, que se gera de forma natural ao coalhar-se o leite de ovelha ou, mais comum em nossos dias, da vaca.

O jovem Grigorov era então assistente da Cátedra de Bacteriologia da Universidade de Genebra, na Suíça.

Tinha apenas 27 anos quando descobriu que uma bactéria provoca a fermentação do leite e, com isso, as qualidades proveitosas do produto, que na Bulgária é conhecido como kiselo mlyako (leite azedo).

“Esta bactéria seria denominada depois Lactobacillus bulgaricus”, afirmou à Agência Efe Daniela Yordanova, diretora do pequeno Museu do Iogurte Búlgaro, situado na aldeia de Studen Izvor, berço natal de Grigorov, cerca de 90 quilômetros ao sudoeste de Sófia e muito perto da fronteira com a Sérvia.

O museu, de dois andares, reproduz no térreo um quarto típico da Bulgária do século XIX, com tapetes, trajes nacionais, uma pequena mesa-redonda e cadeiras de três pernas, e também moinhos de azeite.

O segundo andar está ocupado por uma maquete que mostra o caminho do iogurte, desde os animais nos pastos, através de instalações industriais, até os supermercados, e também painéis com informações de Grigorov, seu trabalho e as propriedades do iogurte.

Grigorov estudou na Universidade de Genebra sob o patrocínio do bacteriologista Leon Massol, que rapidamente se deu conta do enorme talento de seu estudante.

“A bactéria está nas ervas que as ovelhas pastam. E isso se deve em grande parte às condições meteorológicas favoráveis em nosso país”, contou a presidente da fundação Stamen Grigorov e neta do cientista, Yulia Grigorova.

Nesse contexto, Yulia lembra que na região onde nasceu seu avô nunca houve indústrias contaminadoras.

“Naquela época, nem uma família búlgara sentava-se à mesa sem iogurte. Era uma tradição secular”, assegurou.

Quando os animais comem tomilho e hipérico, junto com a grama comum, a bactéria chega a seu leite e é questão de simples tecnologia transformá-lo em iogurte.

Uma tecnologia que já manejavam na antiguidade de forma rudimentar os moradores do que hoje é a Bulgária.

“Existem diferentes hipóteses de como os búlgaros descobriram o iogurte, que não tem nada a ver com o iogurte conhecido na Europa e América, que é uma simples bebida doce sem propriedades curativas”, explicou Daniela Yordanova, a diretora do museu.

A primeira é que os chamado “protobúlgaros”, que chegaram à Europa da Ásia com cavalos, bebiam leite fermentado de égua e, quando começaram a ter uma vida mais sedentária, a partir dos finais do século VII, mudaram para o leite de ovelha.

Outra teoria diz que foi descoberto muito antes pelos tracios que habitaram estas terras há 4.000 anos e tinham grandes rebanhos de ovelhas, cujo leite era um de seus principais alimentos.

Hoje em dia os especialistas em dietas recomendam o iogurte como alimento que ajuda a perder peso.

Além disso, o iogurte tem efeitos favoráveis para os diabéticos e também diminui os danos que a quimioterapia causa aos doentes de câncer.

Um grupo de pesquisadores norte-americanos descobriu inclusive que o iogurte estimula a libido, outro efeito positivo de um alimento tão cotidiano e ao mesmo tempo tão especial. EFE

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