Organização do Lollapalooza recorre de decisão do TSE que vetou manifestações políticas

T4F Entretenimento afirma que os protestos que ocorrem no evento não se tratam de manifestação eleitoral, mas sim política, artística e de caráter pessoal

  • Por Jovem Pan
  • 27/03/2022 20h23
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Camila Cara/Divulgação Lollapalooza Palo do Lollapalooza com a platéia dividida ao meio

A organização do Lollapalooza recorreu neste domingo, 27, da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que vetou manifestações políticas de artistas do festival. O ministro Raul Araújo alegou que houve propaganda eleitoral antecipada e determinou multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento. A ação foi apresentada pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, após a cantora Pabllo Vittar levantar uma bandeira do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo dia de festival. No documento enviado ao TSE, a T4F Entretenimento afirma que os protestos que ocorrem no evento não se tratam de manifestação eleitoral, mas sim política, artística e de caráter pessoal de cada cantor ou banda.

“Alguns dos artistas participantes do Festival, como comumente ocorre, expressaram em seus shows suas opiniões acerca do atual Presidente e acerca da política em geral. O fizeram de forma autônoma e independente, por sua vontade própria, sem remuneração ou indicação de conteúdo”, declarou. A empresa afirma ainda que não tem controle sobre o conteúdo dos shows e não pode agir como uma censora privada. “A Corte Suprema se posiciona reiteradamente em reconhecimento do fato de que o direito à crítica é basilar para o pleno exercício das liberdades de manifestação de pensamento e é fundamental para a perfeita consolidação do Estado Democrático”, acrescentou.

Após a decisão do TSE, alguns artistas voltaram a se manifestar neste domingo. A banda Fresno estampou a frase “Fora Bolsonaro” no telão. Durante o show, o vocalista, Lucas Silveira, chamou Lulu Santos para subir no palco. O artista citou a manifestação da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2015: “Cala a boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu”. Lulu finalizou o show com a frase “censura nunca mais”, e Silveira pediu que os fãs votassem nas eleições de outubro. O rapper Djonga também criticou o presidente Bolsonaro algumas vezes durante a apresentação e recebeu aplausos da plateia. O público também se manifestou durante a maioria dos shows.

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