Pontes de Londres continuam a inspirar nos 120 anos da Tower Bridge

  • Por Agencia EFE
  • 25/06/2014 10h35
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Judith Mora.

Londres, 25 jun (EFE).- As pontes sobre o rio Tâmisa, fonte de inspiração de artistas e fascinação permanente para o público, ganham todos os olhares com uma nova e original exposição que coincide com o 120º aniversário da famosa Tower Bridge de Londres.

“Bridges”, aberta de 27 de junho a 2 de novembro no Museu de Docklands, nos píeres do leste da cidade e parte do Museu de Londres, repassará em fotografias e obras de arte a história destas impressionantes construções, que marcam a paisagem urbana da capital britânica.

A vitoriana Tower Bridge é um dos mais conhecidos cartões postais do mundo: suas duas torres nas cores cinza e azul foram construídas em 1894 pelo arquiteto da City (antigo Londinium e atual centro financeiro da cidade), Horace Jones.

A Tower Bridge, ao lado da Torre de Londres, onde Henrique VIII executou duas de suas esposas, foi construída para ser um acesso à parte leste da cidade, onde ficava um importante porto, agora transformado no centro financeiro de Canary Wharf.

Todas as pontes até então tinham sido erguidas a oeste da Tower Bridge, a mais antiga da capital, cuja origem remonta à época romana.

“Curiosamente, a Tower Bridge (reedificada várias vezes) não é visualmente a mais bela, mas seu passado é interessante”, comentou o curador da exposição, Francis Marshall.

Após um primeiro acesso de madeira construído pelos fundadores romanos de Londres no ano de 50 d.C., foram construídos na Idade Média e em outras épocas outras pontes que também uniram a City com Southwark, na margem sul, e que desembocaram na construção atual, de aço e cimento coroada por uma estrada.

Na mostra há uma fotografia rara do interior da Tower Bridge, inacessível para o público, tirada pela artista Lucinda Grange, que revela os túneis de cimento e “uma enorme câmara, onde é possível jogar uma partida de futebol”, explicou na apresentação à imprensa.

Entre as 35 pontes que cruzam o Tâmisa – a do Milênio sendo a mais recente, entre a Catedral de Saint Paul e a galeria Tate Modern – o historiador Dan Cruickshank destaca a de Vauxhall, em frente ao búnquer dos serviços secretos MI5.

“Tem belas estátuas de bronze em suas colunas que só são visíveis debaixo, não podem ser observadas de cima”, e acrescentou que, quando a maré está baixa, ainda podem ser vistos outros detalhes em bronze de séculos atrás.

As partes baixas e ocultas das pontes são objeto da obra de Crispin Hughes, que tem fotos exibidas na exposição.

Outra das joias da mostra, que ficará em cartaz por apenas um mês, é uma fotografia inédita de 1845 por William Henry Fox Talbot da ponte original de Hungerford, mesmo ano da construção pelo engenheiro Isambard Kingdom Brunel.

Com o título “Old Hungerford Bridge”, a imagem em sépia, com as embarcações à frente da estrutura metálica, “captura os avanços tecnológicos do século XIX”, esplicou Marshall.

“Atravessar uma ponte em Londres é ver a cidade de verdade. Oferecem uma perspectiva da capital impossível de apreciar a partir de seu desordenado traçado de ruas medievais”, observou.

Outras peças que ilustram a evolução dessa parte da arquitetura londrina são a gravura “London from the roof of Albion Mills” (1792), de Robert e Henry Aston Barker e Frederick Birnie, que mostra a Blackfriars e ao fundo a ponte de Westminster, e outra imagem da ponte de Blackfriars em construção, feita por Giovanni Piranesi.

Várias perspectivas aéreas da artista Suki Chan, uma aquarela da Tower Bridge do começo do século XIX por Gideon Yates e uma fotografia dos anos 30 feita por Henry Turner, que mostra pessoas passando por essa mesma ponte são outras panorâmicas das famosas construções.

E não podia faltar uma referência a qual será a mais nova ponte sobre o Tâmisa, a Garden Bridge, que terá um frondoso jardim em sua superfície e que deve começar a ser construída em um futuro não muito distante, pois acaba de reunir o capital necessário para a obra, 150 milhões de libras (R$ 570 milhões). EFE

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