Psiquiatra Augusto Cury propõe “treinar a mente” contra o pessimismo

  • Por Agencia EFE
  • 23/03/2014 15h43

Aldana Vales

Buenos Aires, 23 mar (EFE).-O psiquiatra e psicólogo brasileiro Augusto Cury, criador da Teoria da Inteligência Multifocal, propõe em seu último livro uma série de passos para evitar transtornos como depressão e angústia ao sustentar que “na era do entretenimento, nunca as pessoas se entristeceram tanto”.

Recentemente editado na Argentina, “Mentes brilhantes, mentes treinadas” retoma os quatro processos da mente humana que Cury aprofundou em seus 25 anos de estudo sobre Inteligência Multifocal: a construção de pensamentos, a transformação da energia psíquica, a formação do “eu”, e a organização da história consciente e inconsciente da memória.

“O eu representa o fator principal de nossa mente. É preciso duvidar de nossas falsas crenças, porque tudo o que nós achamos nos controla”, sustentou Cury em diálogo com a Agência Efe durante sua passagem pela Argentina.

O especialista brasileiro propõe então “pensar antes de reagir, se colocar no lugar dos outros e aprender a distribuir elogios três vezes mais do que criticamos”, tudo em linha com o trabalhado por seus estudos em inteligência.

Segundo explica Cury, “este livro revela que não basta conhecer milhões de dados sobre o mundo de fora sem conhecer as bases mais profundas de nossa mente”.

Por esse motivo, o psicoterapeuta afirma que para desenvolver as funções mais importantes da inteligência é preciso “treinar nossa capacidade de proteger a emoção para prevenir transtornos como depressão, angústia, pessimismo”.

Disso trata precisamente seu novo livro e Cury sustenta que “nossa mente não pode ser uma instituição sem controle. É fundamental -ressalta- dirigi-la”.

O brasileiro também aponta que 80% dos jovens estão apresentando sintomas de timidez e têm dificuldade para o exercício de sua potência intelectual, em suas relações, seu trabalho e sua vida.

Para ele, isto acontece porque, uma das causas é o pensamento acelerado, o bombardeio de informação aos quais as pessoas estão constantemente submetidas e, nesse sentido, é vital ter uma “mente treinada”.

O livro vai segue a linha que Cury também desenvolveu nos últimos anos como autor, com a ideia de chegar a todas as pessoas que desejam melhorar sua qualidade de vida.

O brasileiro publicou livros como “Nunca desiste de seus sonhos” e “Pais brilhantes, professores fascinantes”, que venderam cerca de dois milhões de exemplares.

“Como cientista da psicologia e psiquiatra e psicoterapeuta, me interessa democratizar as informações fundamentais para conhecer nossas mentes, como funciona nosso intelecto”, explica.

Hoje Cury tem cerca de 25 livros dedicados a sua teoria da Inteligência Multifocal, nos quais dá a base para desenvolver estas ferramentas e informações.

“Foi uma das poucas teorias mundiais que atravessa uma das últimas fronteiras da ciência e analisa o processo de construção de pensamento”, afirma.

Cury rejeita a classificação de “autoajuda” ou de livros de “motivação”, devido ao fato de que, para ele, “as respostas rápidas de autoajuda duram de terça-feira a segunda-feira”.

Nesse sentido, Cury assinala que seu objetivo “é democratizar o acesso à informação” e que “uma ciência é rica e importante quando não está sequestrada dentro de uma universidade”.

“Escrevi o livro para que as pessoas pudessem realmente trabalhar seu eu, para que deixem de ser vítimas para ser protagonistas de sua história, para que sejam autores de sua própria vida”, sintetiza.

“Espero que possam absorver estas ferramentas para perceber que a vida pode ser mudada, que pode ser um espetáculo de terror ou um espetáculo único e imperdivel de prazer”, conclui. EFE

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