Psiquiatra em série, Cláudia Ohana conta que ajudou amiga em surto

  • Por Estadão Conteúdo
  • 21/10/2015 13h04
Reprodução/ Globo.com claudia ohana

Estrela da série “Psi”(HBO), que está em cartaz com sua segunda temporada, Cláudia Ohana afirma que o trabalho na pele da psiquiatra Valentina mudou a sua vida. Ela se diz apaixonada pela psicanálise e conta até uma situação em que teve de ajudar uma colega em um surto. 

“Tive uma noite de Valentina durante as filmagens deste ano. Pude ajudar uma pessoa que se trancou em um quarto de hotel em São Paulo e estava vendo bruxas debaixo da cama”, revela. 

Esse fato aconteceu durante as gravações da atual fase de “Psi”, ocorridas entre março e julho. O agente de Cláudia ligou dizendo que uma amiga em comum deles não queria abrir a porta de seu quarto para ninguém.  “Liguei para o Contardo (Calligaris, psicanalista, criador da série) e ele disse que era um surto psicótico e começou a me falar o que fazer. No final, eu consegui um psiquiatra para ir lá comigo, e ela abriu a porta com duas frases dele. Aí eu vi como o Carlo Antonini da vida real age”, conta a atriz, citando o protagonista da ficção, papel do ator Emílio de Mello.

A tal amiga, que Cláudia não revela o nome, perguntou por que deveria abrir a porta para eles, e o psiquiatra respondeu: “Porque eu já ajudei muita gente”. Aí, essa pessoa foi medicada e tudo ficou bem. 

Depois o especialista explicou à intérprete de Valentina que não era um surto psicótico porque nele as pessoas que têm alucinações não falam. O da tal colega de Cláudia foi uma crise de histeria. “Eu fico estudando os casos, sou curiosa. O histérico é o que fala que está vendo coisas. Eu viciei em livros sobre o assunto e até já tentei ler livros técnicos”, comenta a atriz.

Sem nudez
Aos 52 anos, a beldade afirma que não teve nenhum pudor nas cenas de sexo que fez na primeira temporada do programa, mas adianta que o público não deve esperar um repeteco. Cláudia afirma que o mais interessante de fazer parte do elenco de “Psi” é a vivência com um psicanalista como Contardo Calligaris.  Ela exemplifica isso contando que o profissional diz que quem é analisado não se apaixona, o que ainda a choca quando pensa no assunto. “Minha vida é paixão, como assim?, eu perguntei para ele, que respondeu que paixão é bobagem.”

Cláudia faz análise há muitos anos e diz que só levou uma vez um assunto da série para o consultório e que também não fica fazendo investigação psicológica de sua vida pessoal quando está com Contardo. As conversas com ele são sobre a vida, sobre o universo da série, sobre as várias camadas que ele explora em cada paciente que é mostrado na série.

“No estúdio, o Contardo disse que o divã nunca muda de lugar porque ele é o próprio psicanalista. Aí, eu levei isso para a minha psicanalista e fiquei analisando ela, que também nunca mudou seu divã”, lembra.

Essas histórias mostram como a atriz se apaixonou pelo programa desde o início. Ela se recorda que foi fazer o teste achando a personagem interessante. O fato de ser uma psiquiatra, uma médica, a deixou animada. “Eu acho que tenho um lado médica, uma médica sem fronteira nenhuma. Eu sou viciada em assistir seriados, e achei que a gente ia fazer um grande trabalho desde o começo”, conta ela, que não imaginava que “Psi” estaria entre os indicados ao Emmy, principal prêmio internacional de tevê, na categoria melhor série dramática. 

Tons de violência
Cláudia Ohana, assim como parte da equipe do programa, ressalta que a HBO faz cinema na televisão. Desta vez, o diferencial de “Psi” é ter episódios retratando várias formas de violência. O tema soturno ganha ainda tons diferenciados porque são cinco diretores na temporada que está sendo exibida. Cada profissional assina dois episódios. “Mesmo seguindo linhas gerais, cada um tem um estilo, um toque, um traço bem próprio”, diz Cláudia, que ganha o apoio de Contardo nessa declaração. 

O psicanalista afirma que a série conta com um ritmo “tarantiniano” (forma de dirigir de Quentin Tarantino, cineasta norte-americano), com apelo mais brutal. Mas tem também episódios mais introspectivos. “Esses a gente gosta de dizer que são mais europeus. A diversidade entre os capítulos é enorme, com muitas possibilidades de contar as histórias”, fala o criador da série.

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