“Quando o público se identifica com o que está vendo, ele participa mais do evento” diz carnavalesco Mauro Quintaes

  • Por Jovem Pan
  • 26/01/2015 17h00
Reprodução A atriz Global Juliana Alves será rainha de bateria da Unidos da Tijuca no Carnaval 2015

O Carnaval está chegando e a Jovem Pan continua na missão de conversar com alguns dos principais carnavalescos que elaboram essa grande festa. Na última sexta-feira (23) quem estava no telefone para um bate-papo era Mauro Quintaes, que em 2015 vem tendo trabalho dobrado já que está na organização da escola de samba Unidos da Tijuca, no Rio de Janeiro, e Tom Maior, em São Paulo. 

De acordo com ele, os cariocas vão ver na passarela um pouco da história da Suiça e do carnavalesco brasileiro Clóvis Bornay, que é filho de mãe espanhola e pai suíço.” A gente pensou em fazer um link da Suíça com o Rio, com o Brasil, e o Clóvis fez esse link. É uma figura super conhecida, carnavalesco super renomado. Na verdade, é o Clovis ainda criança ouvindo de seu pai as lendas suíças”, conta. 

Mauro explica aos ouvintes Jovem Pan que o desfile foi muito bem planejado e que vários espetáculos foram pensados para trazer o público para perto da apresentação. Ele chama atenção para a natureza e diz que a escola passará por cinco fases. “Nós abrimos com a Suíça Medieval, com as lendas dos dragões, dos cavaleiros medievais. Depois falamos um pouco do gelo suíço, aí vamos ter patinadores, neve na avenida…Depois falamos do tempo, então nós temos relógios, todo aquele clima do tique-taque suíço. Passamos aí para a fábrica de chocolates, que é a parte mais gostosa do enredo. Falamos das artes suíças, aí a figura do Giger, artista plástico que criou o Alien, então a gente vai ter a figura do Alien na avenida, assustando todo mundo”, diz. 

Para Mauro, todo carnaval é um grande desafio, mas o carnaval da Tijuca é um desafio maior pelo fato da escola já ter sido campeã. “São cinco carnavalesco que trabalham com o mesmo objetivo e sempre é difícil porque a expectativa é muito grande”, comenta. ” Eu não gosto de fazer carnaval com expectativa grande porque qualquer coisa decepciona. A Tijuca vem mais uma vez para brigar, mas dentro da humildade, no sapatinho, pensando simplesmente em satisfazer a comunidade e a nossa direção”, afirma. 

Falando de São Paulo, Mauro explica o porque do samba enredo da Tom Maio ser “Adrenalina”.

“Esse enredo veio em função da nossa quebra do abre-alas ano passado, que a escola ficou durante 15 minutos para tentar entrar na avenida e a adrenalina foi lá em cima, todo mundo nervoso, e a escola passou muito bem, do décimo segundo lugar para o sétimo lugar”, explica. 

O carnavalesco diz, ainda, que a escola de samba vai tratar da adrenalina nos mais variados aspectos. “Eu abro com ela no corpo humano, depois falo da adrenalina do primeiro beijo,depois da adrenalina do medo, onde a gente vai ter uma alegoria gigantesca, a maior escultura já vista em São Paulo, depois eu falo da adrenalina dos esportes, aí a gente vai ter motocicletas, carros de stock-car e fechamos com um momento que é da maneira mais sólida do sambista, que é quando abre o envelope”, explica. 

De acordo com ele, esse é um enredo com  qual todas as pessoas vão se identificar. ” Quando o público se identifica com o que está vendo, ele participa mais do evento. Se você tem o retorno do público, você já tem meio caminho andado pro campeonato”, diz.

A Tom Maior retomou a autoestima e viu que mesmo na adversidade ela consegue superar. ” É uma escola que se redescobriu e esse ano vai passar brilhantemente no Anhembi”, finaliza Mauro. Ouça o áudio completo na reportagem. 

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