Segunda noite de desfiles no Rio concentra fortes candidatas

A explicação para a “maldição do domingo”, acredita-se, está no modo como se dá o julgamento. Os 36 jurados dos nove quesitos lançam as notas na manhã de terça-feira, ao fim de 13 desfiles, e as escolas de segunda-feira estariam mais “frescas” na memória O Grupo Especial comporta 12 escolas,mas em 2017 nenhuma delas caiu para a série A, por ter sido um ano atípico, com dois acidentes graves com carros alegóricos na pista
Nesta segunda-feira, os enredos vão da alegre homenagem à trajetória do ator, diretor e dramaturgo Miguel Falabella, na Unidos da Tijuca (que abre a noite), às mazelas sociais apresentadas pela Beija-Flor. A escola de Nilópolis fala de miséria e intolerância, a partir da figura do monstro de Frankenstein, de Mary Shelley, em narrativa concluída com a redenção por meio da festa e do samba.
“Somos uma escola que sempre briga pelo título”, provoca Bianca Behrends, da comissão de carnaval da escola de Nilópolis. “Vamos mostrar a imundície da corrupção e outros monstros brasileiros ”
A União da Ilha fala de culinária e pôs em sua panela as influências europeia, indígena e negra. O Salgueiro, afeito a temáticas ligadas à África, cantará as Senhoras do Ventre do Mundo, partindo da “Eva africana”, mulher da qual toda a humanidade teria derivado.
Já a Imperatriz leva ao público Uma Noite Real no Museu Nacional, com foco na instituição científica carioca cujo prédio abrigou a família real portuguesa. A premissa é de que só com a vinda de D. João VI, 308 anos depois da chegada dos colonizadores, é que o Brasil começou a ser inventado como País.
Portela e Tijuca
O desfile promete ser um brado contra a xenofobia. “Vamos mostrar que somos todos imigrantes. O Brasil é acolhedor, não rejeitamos os de fora”, explica Rosa.
Mais uma vez, a crise afastou as empresas patrocinadoras da Sapucaí. “Eu já peguei várias crises, a gente se vira como pode. A pior foi a do (ex-presidente Fernando) Collor”, brinca Rosa, em atividade há mais de 40 carnavais, referindo-se ao confisco ocorrido em 1990. “Tentamos patrocínio, mas todo mundo aproveita e diz que ainda está em dificuldades”, explica Fernando Horta, presidente da Unidos da Tijuca.
A escola intensificou os cuidados com os carros alegóricos após um deles ter desabado, ano passado, ferindo 12 pessoas. O acidente foi provocado por um defeito no elevador hidráulico que levantava o segundo andar da alegoria. Por isso, a direção da escola vetou o equipamento no desfile deste ano.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.