“Sense8” retorna em especial de Natal e atores prometem: “espera vale a pena”

  • Por Amanda Garcia/Jovem Pan
  • 22/12/2016 13h14

Sense8 voltará em especial de Natal neste dia 23 de dezembro

Reprodução/Facebook Sense8 voltará em especial de Natal neste dia 23 de dezembro

Quando a Netflix ainda engatinhava na produção de conteúdo próprio, em junho de 2015, estreava “Sense8”. Misturando ficção científica e uma mensagem de diversidade, a série das irmãs Wachowski – as mesmas de “Matrix” – foi um sucesso e, com isso, renovada para a segunda temporada. O que era para ser uma transição tranquila, no entanto, virou longa demora para os fãs. O novo ano da trama chegará ao serviço de streaming apenas em maio de 2017. Antes disso, porém, um especial de Natal está disponível neste dia 23 de dezembro.

Ao longo desse um ano e meio, não foram poucos os percalços: saída de um dos 8 protagonistas, Aml Ameen, por suposto desentendimento com Lana Wachowski, o afastamento de Lilly Wachowski por questões pessoais, várias refilmagens.

Em entrevista exclusiva para a Jovem Pan, três dos principais nomes da série, Brian J. Smith, Miguel Ángel Silvestre e Tina Desai, confessaram que o longo hiato não foi fácil. “Nós também estávamos esperando pelos scripts. E estávamos prontos para voltar, mas sabíamos que teríamos que esperar. O mesmo sentimento que os fãs têm é o que temos. E a espera vale a pena”, prometeu Miguel, o Lito de “Sense8”.

Lana Wachowski

Muito do atraso, segundo os atores, está na mente criativa por trás da série: Lana Wachowski. “Ela está lançando um ‘filme’ de 12 horas em dois anos e isso é bastante incrível. Então isso é o mais rápido que podemos ir”, acredita Brian, que dá vida a Will.

A trama, que envolve oito pessoas conectadas física e mentalmente de nacionalidades diferentes, também tem o desafio de mostrar as diferentes culturas. Essa preocupação, de acordo com Tina, é algo precioso para Lana.

“São oito países e culturas que ela está escrevendo afundo. Ser capaz de montar isso em um ambiente de ficção científica demora. Não é algo trivial para ela. Ela mergulha nos problemas reais de cada país ou cada cultura tem. Não é algo que dá para produzir em massa”, analisou a Kala da série.

Os três fazem questão de exaltar Lana, mas também deixaram claro que é um desafio trabalhar com uma diretora que sabe exatamente o que quer, do jeito que quer e espera que eles cheguem prontos com a visão que mora em sua cabeça. “Ela não gosta improvisação, não gosta de ensaios, mas ainda assim ela quer que estejamos prontos. E que a gente acerte na primeira tomada!”, revelou Tina.

“Só temos que mergulhar com o que ela quer, sem hesitar. Sem nos questionar. Do tipo ‘devo fazer assim ou assado? Esse jeito ou aquele?’”, resumiu Miguel.

Críticas e diversidade

O mote principal da série é o “todos somos um”, independentemente das crenças, convicções e cultura de cada um. A liberdade sexual também é um fator que permeia a trama. O curioso é que a primeira temporada foi bastante criticada porque a série, supostamente, “defenderia algo que já aconteceu”, em termos de aceitação e união de povos ou mesmo globalização.

Brian chamou a atenção para isso e como os críticos estavam errados. “Acho que você vê no último ano, especialmente com o que aconteceu nos EUA com Trump, o que provavelmente vai acontecer com a França, com Marine Le Pen, o que também pode acontecer na Alemanha, na Itália. Você vê um mundo em que as pessoas estão falando ‘não, eu não gosto de diversidade. Não, eu prefiro não passar meu tempo que não parecem comigo. Eu quero construir um muro’”, disse.

O papel de “Sense8”, de acordo com eles, ganha ainda mais importância em sua segunda temporada. Além de ser uma resposta aos que não acreditavam ser necessário propagar essa mensagem. “Nós não estamos ensinando o padre a rezar missa. A série, esse ano, se tornou um erguer de punhos para nós, contra esse medo e suspeição da diversidade”, reforçou Brian.

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