“Ser banida do esporte é uma pena de morte”, diz Rebeca Gusmão

  • Por Jovem Pan
  • 12/11/2015 14h28

Ex-nadadora esteve nos estúdios do programa nesta quinta-feira (12)

Bruna Piva / Jovem Pan “Ser banida do esporte é uma pena de morte”

Atleta desde os seus 12 anos, Rebeca Gusmão já praticou tudo quanto é esporte ao longo de sua vida, mas a natação foi sua maior paixão e ela chegava a treinar até oito horas por dia para competir.

“Era sacrifício, choro, dor, me machuquei muito. É uma opção sua, porque você tem patrocínio, representa um clube, tem uma responsabilidade, mas não tive adolescência, fui a duas festas de 15 anos, a minha e de uma amiga. Você abre mão de muitas coisas na vida e as pessoas costumam ver só o bonitinho no pódio”, disse ela em entrevista ao Pânico nesta quinta-feira (12).

O sonho foi interrompido em 2007, quando a nadadora foi acusada de doping e o desenrolar do caso acabou até afetando sua saúde.

“Acho que existe uma hipocrisia muito grande, porque a gente se submete a situações que são realmente absurdas. Você ser banida do esporte é uma pena de morte, hoje estou bem mais resolvida do que antes, mas tive duas depressões muito graves, após meu afastamento, engordei muito, cheguei a pesar 106 kg. Uns anos depois tive uma depressão ainda mais intensa, com o fim do meu casamento. Eu achava que a vida não ia melhorar. Hoje em dia eu tomo a medicação mais como aliada”.

Recuperada, a ex-nadadora já conquistou um novo amor e trabalha como personal trainer em uma academia de Brasília. Há cerca de dois meses e meio ela aceitou participar de “A Fazenda” e garante não ter se arrependido da escolha.

“Foi um desafio, uma experiência única. Não me arrependi de maneira nenhuma. Lá a gente vive muito intensamente, tudo, conheci pessoas maravilhosas. A raiva vem em dobro, se você se apaixonar, é em dobro. Quando eu saí percebi que lá dentro acabei despertando monstros que eu desconhecia dentro de mim”.

Sobre o possível vencedor do reality, ela torce: “Quero muito que seja o JP”.

Olímpiadas 2016

Mesmo não levando mais uma rotina como atleta, ela não deixou de acompanhar as notícias do esporte no país e se diz preocupada com a próxima competição internacional.

“O Brasil tem grandes nadadores, mas infelizmente a gente ainda está engatinhando nos esportes. Fico muito preocupada, porque aqui o que é importante é a medalha de ouro, antes eu ficava muito triste de ler no jornal ‘Brasil decepciona e fica com bronze’. As pessoas estão c*gando para você, elas não te valorizam como atleta. Se eu estivesse nadando aqui, não sei se ia querer competir e sofrer essa pressão toda”, completa.

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