Theatro Municipal do Rio abre temporada lírica de 2014 com montagem Carmen

  • Por Agencia Brasil
  • 10/04/2014 18h22
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Uma das óperas mais populares de todos os tempos volta a ser encenada a partir desta quinta-feira (10) no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, palco onde foi apresentada pela primeira vez há 101 anos. Com eesta nova montagem, Carmen, obra-prima do compositor francês Georges Bizet, terá sete encenações até o próximo dia 19, sob a direção do brasileiro radicado na Espanha Allex Aguilera.

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À frente do elenco de solistas, as mezzo-sopranos Luisa Francesconi e Edineia de Oliveira se revezam no papel-título ao lado dos tenores Fernando Portari e José Manuel Chú, como o Don José; da soprano russa Ekaterina Bakanova (Micaela) e do barítono letão Valdis Jansons (Escamillo). A produção tem ainda a participação especial da atriz Ada Chaseliov interpretando o taberneiro Lilas Pastia, personagem  masculino que será representado pela primeira vez por uma mulher.

Carmen ocupa a sétima posição entre as óperas mais vistas no centenário do Municipal carioca. Desde 1913, já foi encenada em 30 temporadas, com um total de 91 apresentações. Com as sete da atual temporada, serão 98 encenações. A estreia da ópera no Brasil, no entanto, ocorreu bem antes da cidade contar com o Theatro Municipal, inaugurado em 1909. Foi em 1881, no Teatro D. Pedro II, no Rio, pela companhia francesa de Maurice Grau.

Baseada na novela do mesmo nome do escritor francês Prosper Mérimée, com libreto de Henri Meilhac e Ludovic Halévy, a ópera, em quatro atos e ambientada em Sevilha em 1820, narra a história da cigana Carmen, mulher sem escrúpulos que seduzia os homens e os levava à perdição. No triângulo amoroso com o toureiro Escamillo e o policial Don José, ambos enlouquecidos de paixão, ela leva a pior: sentindo-se traído, Don José mata Carmen a punhaladas.

Carmen é uma ópera sobre a violência e que continua atual, por abordar, entre outros assuntos, a agressão contra a mulher”, diz Allex Aguilera, que assina a direção dessa montagem inédita e atemporal. Nascido em São Paulo, Aguilera vive na Espanha, onde é diretor residente e de arte cênica do Palau de les Arts Reina Sofia, em Valencia, e diretor associado na montagem da tetralogia wagneriana com a companhia teatral La Furia dels Baus, em Barcelona.

Diretor artístico do Municipal, o maestro Isaac Karabtchevsky diz que Carmen causou escândalo quando estreou em Paris em 1875. “Era um público acostumado a histórias tradicionais, que de repente foi confrontado com aquele espetáculo singular. Em vez de um final feliz, como em geral ocorria nas óperas da primeira metade do século 19, Carmen termina com um assassinato em cena. Mas a originalidade da obra acabou triunfando sobre  todos os preconceitos de sua época”, disse o maestro, responsável pela escolha da ópera de Bizet para abrir a temporada lírica de 2014 do Municipal.

Para Karabtchevsky, a atual montagem escapa dos tradicionais clichês, como touradas e tons de vermelho, que marcam as encenações anteriores da ópera. “O Allex Aguilera foge a esse visual estereotipado e parte para uma versão agreste, onde essa visão da Carmen reflete uma visão da própria Espanha: o sol árido, os personagens duros”, avalia o maestro, que regerá a orquestra do teatro nas sete apresentações.

Além da estreia nesta quinta-feira, às 20h,  as encenações serão nos dias 12, 15, 16 e 17, às 20h, e nos domingos (13 e 19), às 17h. Os ingressos variam de R$ 25, a galeria, a R$ 504, preço das frisas e camarotes para seis pessoas. Estudantes e idosos têm desconto de 50%. 

Editor: Fábio Massalli

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