Após seis montagens de sucesso, comédia interativa ‘AirFly’ retorna renovada aos palcos de São Paulo

Espetáculo de Octávio Mendes já começa no saguão do teatro, antes mesmo de a plateia ocupar seu lugar, pois a proposta é fazer com que o público se sinta embarcando em um avião

  • Por William Amorim
  • 14/05/2022 09h00
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Divulgação/Pedro Fabrini AirFly AirFly é estrelada por Pedro Fabrini, Octávio Mendes, Diego Becker e Paulo de Almeida

Apertem os cintos, pois um grande sucesso está de volta aos palcos de São Paulo. A nova temporada da comédia interativa “AirFly”, que já teve Marcelo Médici no elenco, está em cartaz no Teatro Bibi Ferreira por um curto período que, a princípio, vai até o final de junho. Com texto e direção de Octávio Mendes, a peça possui uma proposta diferente e já começa antes mesmo de o público entrar no teatro. “É um espetáculo totalmente interativo onde transformamos o saguão do teatro em um balcão de atendimento. O ingresso da pessoa, por exemplo, vira uma passagem aérea, ela tem que fazer o check-in para entrar no teatro e esperar na fila de embarque, ou seja, o espetáculo já começa no saguão. O teatro vira o avião e, na peça, as aeromoças interagem com os ‘passageiros’ [o público] que estão ‘voando’ pela AirFly, uma companhia aérea falida”, explicou o ator Pedro Fabrini, intérprete de uma das comissárias de bordo, em entrevista à Jovem Pan

O artista encara o desafio de se apresentar em um espetáculo cheio de improvisos ao lado de Diego Becker, Paulo de Almeida e Octávio Mendes, que também é o autor do texto e diretor da peça. A ideia de montar um espetáculo nesse formato surgiu nos bastidores de “O Médico e o Monstro”, em 1994. “A peça era dirigida pelo Marco Nanini e um dia, brincando no camarim, fingi ser uma aeromoça que estava servindo algo para ele. Quando cheguei em casa, pensei que seria legal montar uma peça explorando esse universo. Desde o começo, minha ideia foi fazer o público interagir e brincar de verdade com os atores. Chamei alguns amigos bons no improviso e falei que minha ideia era transformar o teatro em um aeroporto”, contou Octávio. O projeto deu certo, e o espetáculo já teve seis montagens de sucesso, a primeira já no ano de 1994. “Fazíamos temporadas longas, que começavam em outubro e terminavam em março do ano seguinte.”

Essência intacta e humor inteligente

Ao longo dos anos e das montagens, a essência de “AirFly” continuou intacta, mas o espetáculo precisou sofrer alterações para causar identificação no público. “O que sempre se manteve foi o roteiro, que se passa em um voo, mas as razões que levam as pessoas a interagirem com as aeromoças foi mudando. Essa é uma peça que nunca teve muito ensaio, deixamos as portas abertas para que as pessoas se divertissem com o improviso. Quando fiz o roteiro, eu deixei algumas cenas prontas caso a plateia não respondesse, mas o público sempre interagiu”, afirmou o criador da peça. Em cena, o grande desafio dos atores é, segundo Pedro, não saber o que vem pela frente, pois tudo depende da resposta da plateia. “Não é totalmente no improviso, existe um roteiro, um texto, mas a interação com o público é fundamental e nunca sabemos o que vamos receber nessa troca. As pessoas vão para se divertir, mas a gente também acaba se divertindo junto com elas”, pontuou o artista. 

Para garantir boas risadas do público sem constrangimentos, os atores buscam deixar seus “passageiros” confortáveis. “Fazemos um humor inteligente e que respeita as pessoas que estão ali nos assistindo. Nosso intuito é rir junto com o público e não rir do público. Existem espetáculos que o humorista escolhe uma pessoa como ‘vítima’ e passa a peça inteira fazendo piadas sobre ela, mas essa não é a nossa intenção. Queremos que as pessoas entrem na nossa brincadeira e se sintam em um avião”, explicou Pedro. A peça retorna em um momento especial para os atores, que passaram cerca de dois anos longe dos palcos por causa da pandemia. “É incrível poder estar de volta com a plateia. Inclusive, esse foi um dos motivos que fez a gente remontar o ‘AirFly’, pois é uma peça que nos deixa próximos do público. É incrível ver o teatro cheio e ver as pessoas se divertindo. A sensação que temos é de alívio, pois estamos fazendo o que amamos”, concluiu o ator.

Serviço:

  • Local: Teatro Bibi Ferreira
  • Temporada: de 12 de maio a 30 de junho
  • Dias e horários: Quintas, às 21h
  • Ingressos: R$70,00 (inteira) e R$35,00 (meia)
  • Informações: (11) 3105-3129
  • Bilheteria do teatro: Quarta e quinta-feira das 15h às 19h; sexta-feira das 16h às 21h; sábados, das 14h às 23h30; e domingos das 14h até as 20h
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