De sucessos da Pixar a filme irlandês: conheça as animações indicadas ao Oscar 2021

Estúdio ligado à Disney garantiu duas indicações na categoria com ‘Dois Irmãos – Uma Jornada Fantástica’ e ‘Soul’, que também concorre a outros dois prêmios na cerimônia

  • Por Guilherme Strabelli
  • 18/04/2021 14h00 - Atualizado em 18/04/2021 14h07
Divulgação/ Disney+, Pixar, Aardman Studios, Netflix e Cartoon Saloon Imagens dos filmes Soul, Dois Irmãos, Shaun O Carneiro, A Caminho da Lua e Wolfwalkers Do quadro inferior esquerdo para a direita, no sentido horário: "Wolfwalkers", " Dois Irmãos", "Soul", "A Caminho da Lua" e "A Fazenda Contra-Ataca"

Criada em 2002, a categoria de melhor animação se tornou uma das mais disputadas e importantes da cerimônia do Oscar, premiando clássicos como “Shrek”, “Procurando Nemo”, “Toy Story 3” e “Frozen”. Como na maioria das vezes as produções desta categoria são voltadas ao público infantil, os filmes costumam ser populares e ganham grandes torcidas. Nesta edição, mesmo após um ano de cinemas fechados ou abertos com uma série de restrições, a situação não é diferente. Os cinco indicados ao prêmio foram disponibilizados em serviços de streaming, fazendo com que, mesmo sem salas abertas, as histórias chegassem a milhões de famílias em todo o mundo. A Jovem Pan preparou um resumo com informações dos cinco concorrentes ao Oscar de melhor animação. Confira:

Dois Irmãos – Uma Jornada Fantástica

  • Diretor: Dan Scanlon
  • Estúdio: Pixar Animation Studios
  • Elenco: Tom Holland, Chris Pratt, Octavia Spencer e Julia Louis-Dreyfus
  • Onde Assistir: Disney+

Lançado no Brasil em 5 de março de 2020, “Dois Irmãos – Uma Jornada Fantástica” teve seu desempenho afetado diretamente pela pandemia, uma vez que ficou em cartaz por pouco tempo antes do fechamento dos cinemas. O longa conta a história de dois irmãos elfos, Ian Lightfoot (Tom Holland) e Barley Lightfoot (Chris Pratt), que partem em busca de um encontro com o falecido pai por meio da magia que existe no mundo deles. Com uma temática envolvendo o luto, o filme se junta ao grupo de produções do estúdio que trata paralelamente de assuntos mais pesados e não comumente associados a crianças, ao lado de “Divertidamente” e “Viva: A Vida É Uma Festa”. Visualmente, a Pixar entrega um de seus trabalhos mais competentes, apresentando um mundo repleto de detalhes e referências a produções fantasiosas. Apesar da qualidade, corre por fora contra outro filme do estúdio.

Soul

  • Diretor: Pete Docter
  • Estúdio: Pixar Animation Stuidos
  • Elenco: Jamie Foxx, Tina Fey, Questlove e Angela Basset
  • Onde Assistir: Disponível no Disney+

Despontando como favorito, “Soul” foi lançado diretamente na plataforma de streaming Disney+ no dia 25 de dezembro de 2020. O filme narra a história de Joe Gardner, um professor de música que sonha em viver de jazz, mas, após um acidente, tem sua alma desprendida do corpo, indo para o “Seminário Você” — lugar onde as personalidades são formadas —, e conhece 22, uma alma que está presa lá por não conseguir seu passe para a Terra. Os dois acabam trabalhando juntos, e a relação da dupla, interpretada por Jamie Foxx e Tina Fey, é o ponto principal da narrativa. Na parte técnica, “Soul” foi reconhecido pelo grande trabalho sonoro, sendo indicado aos prêmios de melhor trilha sonora, no qual também desponta como favorito, e melhor som. A Disney tentou a indicação para melhor roteiro original e melhor filme, mas a produção acabou ficando de fora da lista final.

 

A Caminho da Lua

  • Diretor: Glen Keane
  • Estúdio: Pearl Studio e Netflix Animation
  • Elenco: Cathy Ang, Phillipa Soo, Sandra Oh, John Cho, Margaret Cho e Ken Jeong
  • Onde Assistir: Netflix

Por mais um ano, a Netflix conseguiu emplacar uma produção própria no prêmio de melhor animação. Em “A Caminho da Lua”, o estúdio apresenta a história de Fei Fei, uma garota que tem de lidar com a perda de sua mãe logo nos primeiros minutos do filme. A narrativa se desenvolve mostrando a relação dela com a nova companheira de seu pai, o novo meio-irmão, Chin, e a lenda de Chang’e, a Deusa da Lua, que se torna um dos poucos elos restantes entre a protagonista e sua mãe. O filme conta com diversos números musicais, sendo que o primeiro traz referências diretas a outras animações, como “A Bela e a Fera”. Mesmo com um visual forte e uma trama com elementos mais sérios, a animação acaba perdendo o rumo em alguns momentos ao apresentar personagens secundários que pouco agregam na narrativa principal. Entretanto, é uma boa opção de entretenimento. O recheado elenco conta com estrelas como Sandra Oh, John Cho e Ken Jeong.

Shaun, O Carneiro: A Fazenda Contra-Ataca

  • Diretor: Will Becher e Richard Phelan
  • Estúdio: Aardman Animations
  • Onde Assistir: Netflix

Considerado a grande surpresa da lista de indicados, “Shaun, O Carneiro: A Fazenda Contra-Ataca” é a sequência do longa original, lançado em 2015 e produzido pela Aardman Animations. No filme, somos apresentados a Lu-La, uma alienígena que acaba perdida na Terra e precisa da ajuda de Shaun para retornar ao seu lar. Entretanto, o dono da fazenda em que o protagonista vive e uma agente do governo tentam impedi-la. Sem apresentar nenhuma linha de diálogo, a animação se baseia em piadas visuais para prender a atenção dos espectadores, e consegue fazer isso muito bem. Também existem diversas referências a produções dirigidas por estrelas como Steven Spielberg e Stanley Kubrick. Com pouco mais de uma hora e meia de duração, está disponível no catálogo da Netflix. Entretanto, dificilmente terá forças para desbancar o favorito “Soul”.

Wolfwalkers

  • Diretores: Tomm Moore e Ross Stewart
  • Estúdio: Cartoon Saloon
  • Elenco: Honor Kneafsey, Eva Whittaker, Sean Bean, Simon McBurney, Tommy Tiernan, Jon Kenny, John Morton e Maria Doyle Kennedy
  • Onde Assistir: Apple TV Plus

Ambientado na Irlanda do Século XVII, “Wolfwalkers” é uma animação 2D desenvolvida pelo Cartoon Saloon e que foi disponibilizada na Apple TV Plus. Contando a história de Robin, uma garota que sonha se tornar caçadora de lobos, o longa entrega uma história baseada na mitologia irlandesa e na lenda dos wolfwalkers (pessoas capazes de controlar os lobos). O desenvolvimento da trama é simples e aposta no universo místico, mas o estúdio também consegue transmitir outras mensagens mais atuais, como a preocupação com a relação entre o avanço da sociedade e o desmatamento da natureza. Visualmente, “Wolfwalkers” aposta na mudança de cores para diferenciar os ambientes apresentados na trama (e o faz bem). Entretanto, o nível de detalhes é menor do que o visto em outros indicados, como “Soul” ou “Dois Irmãos – Uma Jornada Fantástica”, e o estúdio, muitas vezes, acaba mostrando fundos estáticos. Mesmo assim, é uma boa opção de entretenimento e aparece como principal candidato à zebra na categoria, podendo surpreender a Pixar.

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