Do stand-up às telonas: 4Amigos revelam experiência de estreia no cinema

Em entrevista à Jovem Pan News, grupo de comediantes falou sobre trabalho como dubladores do longa ‘Ruim para cachorro’

  • Por Caio Sandin
  • 07/10/2023 13h00
Caio Sandin / Jovem Pan News 4Amigos Grupo de comediantes fala sobre estreia no cinema em bate-papo com muito humor e piadas internas

O filme “Ruim para cachorro”, do diretor Josh Greenbaum, chegou aos cinemas brasileiros na última semana. Para quem olhar o cartaz e pensar que a história de cachorros falantes é mais um longa infantil, sobre altas aventuras do melhor amigo do homem e sua turma, vai um spoiler: não é exatamente essa a ideia. Com um estilo de humor mais sujo e piadas adultas que vão para o lado besteirol, a dublagem brasileira precisava encontrar vozes que se comunicassem com o público que desejam atingir. E ninguém melhor para essa missão do que o grupo de comediantes mais famoso da internet no Brasil: Os 4Amigos. Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, Dihh Lopes, Márcio Donato, Afonso Padilha e Thiago Ventura falaram sobre a primeira experiência como dubladores e detalham a surpresa de perceber que o projeto não era uma animação. “Quando fomos gravar, achamos que era um desenho e ficamos pensando: ‘Como vamos dublar um desenho'”, iniciou Márcio, antes de ser interrompido por Dihh: “Porque o nosso empresário é muito ruim”, afirmou, sendo apoiado pelos companheiros. “E ele dá as informações tudo errado”, brincou Dihh Lopes.

Em meio a piadas sobre a competência e o corte de cabelo do empresário, o grupo se mostrou totalmente confortável e feliz de falar sobre a nova empreitada: “Achamos que era um desenho, chegamos lá e era um live action. Aí o Wendel [Bezerra, diretor de dublagem e dublador] falou que era na pegada do Ted (longa de Seth MacFarlane, lançado em 2012) e ficamos mais empolgados ainda”. Afonso Padilha, por sua vez, relatou a insegurança de iniciar um projeto novo e tão grande. Na versão original, “Ruim para cachorro” tem as vozes de Will Ferrell, Isla Fisher, Jamie Foxx e Sofía Vergara. “Na verdade, estávamos mais travados. Tínhamos liberdade, mas não tínhamos bagagem. Então, deu um pouco de medo, mas na hora que soltou foi um monte de palavrão”, contou o comediante. Thiago Ventura também compartilhou sua vivência no estúdio e admitiu que, inicialmente, ficou “meio sem jeito de gravar”. “Porque eu pensava ‘eu não sou ator, não sei fazer a parada’. Pelo Wendel Bezerra, que é um monstro da dublagem, dirigir a gente, no começo estava bem desconfortável achando que tudo ficava muito ruim. Aí me falavam ‘calma que você não entende nada do que você está fazendo, só faça e seja você'”, completou Ventura. Segundo ele, mesmo com o incentivo, ainda surgiram dúvidas sobre a liberdade que realmente tinham. “Teve uma hora lá que perguntei para o Wendel: ‘oxi, eu vou poder falar desse jeito mesmo?’ e ele, ‘pode’, e eu falei ‘mas mano, é um cachorro falando para outro cachorro, é para falar isso?’”, acrescentou Ventura, em meio a risos. “E foi muito livre, mesmo, porque é para adulto, com muito palavrão”, completou Dihh.

Conversar com os quatro, simultaneamente, em uma sala, é uma experiência única. Ao mesmo tempo que todos estavam extremamente empolgados para falar sobre o filme, em certos momentos parecia que havia se iniciado uma sessão do stand-up do grupo, ou que estávamos no fundo de uma sala de aula, enquanto eles contavam histórias. Os 4amigos também reforçaram que convites de cenas para o cinema ainda são raros para os comediantes, mas a expectativa é que o novo trabalho abra portas para futuros projetos. “Foi o primeiro, por isso ficamos felizes. Esperamos que venham outros (convites), porque gostamos muito. A única coisa que chamam a gente é podcast”, reforçam. Na conversa, tudo parecia roteirizado e natural, tanto as piadas recorrentes, que por vezes voltam para uma risada extra, até brincadeiras com o cotidiano e outros momentos. Para finalizar o papo, Afonso Padilha e Dihh Lopes tiveram um diálogo que marca a leveza com a qual o grupo levou a experiência como um todo: “Trabalhar com o Goku, para mim, foi uma das melhores experiências da minha vida”, relatou Afonso, lembrando que Wendel Bezerra é a voz brasileira do protagonista de Dragon Ball. “Para ele nem tanto”, brincou Dihh.

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