Morre o cineasta italiano Franco Zeffirelli, aos 96 anos

  • Por Jovem Pan
  • 15/06/2019 10h21
EFE/EPA/ALESSANDRO DI MEO O cineasta Franco Zeffirelli morreu neste sábado (15), aos 96 anos

O cineasta italiano Franco Zeffirelli morreu neste sábado (15), aos 96 anos, em Roma, anunciou Dario Nardella, prefeito de Florença, cidade natal do artista, a quem classificou como “um dos grandes homens da cultura mundial”.

Zefirelli se iniciou no mundo do cinema pelas mãos de Luchino Visconti, como assistente de direção em três de seus melhores filmes “A Terra Treme” (1948), “Belíssima” (1951) e “Sedução da Carne” (1954), onde confessa que nasceu sua paixão pela sétima arte.

Ele dirigiu clássicos como “La Bohème” (encenação da ópera de Puccini, em 1965); “A Megera Domada”, com Richard Burton e Elizabeth Taylor (1967); “Romeo e Julieta”, com Michael York e Laurence Olivier (1968); “Irmão Sol, Irmã Lua” (1977); “O Campeão”, com Jon Voight, Faye Dunaway e Nicky Schrodeer (1978); “Amor Sem Fim”, com Broke Shields (1981) e “Chá Com Mussolini” (1999), no qual relata sua infância.

O diretor teve uma grande amizade com a soprano María Callas, a quem o dedicou o filme “Callas Forever” (2002), e confessou que ela foi a única mulher pela qual se apaixonou. Homossexual declarado, relatou em uma biografia publicada quando tinha 83 anos seu grande amor por Visconti.

O cineasta ainda participou da política. Ele entrou no parlamento pelo partido de Silvio Berlusconi, o Forza Itália, e se dizia conservador por “desespero anticomunista”.

Nasceu em 12 de fevereiro de 1923 em Florença. Só conheceu seu pai depois da morte de sua mãe, Adelaide Garosi, que, apaixonada por Mozart, quis dar ao filho o nome da ária de Idomeneo (Zeffiretti), mas o funcionário do cartório civil se equivocou e escreveu Zeffirelli.

Após a morte de Adelaide, quando ainda era um menino, ele foi criando entre mulheres. A babá, que era inglesa e se chamava Mary, o ensinou inglês e despertou sua paixão por Shakespeare.

Zeffirelli também foi muito ativo no mundo do teatro e da ópera como diretor cênico e inclusive figurinista. Em 1959, deu o grande salto ao Covent Garden de Londres, com as obras “Pagliacci” e “Lucia di Lammermoor”.

Como diretor teatral, realizou muitas óperas nos principais teatros líricos da Áustria, Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos, além dos dois principais palcos italianos, como o La Scala, a Ópera de Roma e a Arena de Verona.

Para a televisão, filmou “Jesus de Nazaré” (1977), em vários episódios rodados no Marrocos e na Tunósia, e que contou com a aprovação da Igreja e a rejeição do Partido Comunista da Itália; “Dias de Destruição” (1966), e “Fidelio” (1970) e a “Missa Solemnis” (1971), de Beethoven.

*Com EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.