Kiko Pissolato, de ‘O Doutrinador’, pede apoio à cultura: ‘Brasil tem muita gente de qualidade’

  • Por Amanda Garcia/Jovem Pan
  • 04/09/2019 08h00 - Atualizado em 04/09/2019 08h31
Reprodução Kiko Pissolato é o Doutrinador em nova série

Em “O Doutrinador”, nova série do Space que estreou no último domingo, Kiko Pissolato dá vida ao policial Miguel Montessanti, que, desolado após a morte trágica da filha, busca vingança sobre todo o setor político corrupto. Baseada na HQ de Luciano Cunha, a trama abre caminho para produções de ação brasileiras.

Em entrevista ao Direto do Freakpop, da Jovem Pan, ao lado de Samuel de Assis, que interpreta o parceiro policial Edu, Kiko explicou que “sempre sonhou” em fazer um papel como esse, mas que “nunca imaginou ser possível no Brasil”.

A série destrincha a mesma história do que o filme homônimo, que foi sucesso de público no Brasil – as duas foram gravadas ao mesmo tempo. Com mais cenas e nuances, a relação de Miguel e Edu, por exemplo, “é mais aprofundada”, segundo Samuel.

Para Kiko, “O Doutrinador” é capaz de “abrir portas”, já que “mostra que é possível realizar filme de ação no Brasil”. Ele lembrou da alegria dos dublês, acostumados a ter que trabalhar em Hollywood.

“A gente tem quadrinistas que escrevem para a Marvel, para a DC. A gente tem profissionais gabaritadíssimos em todas as áreas. O que precisa é de investimento, é entender que a cada real investido, sete voltam”, analisou.

O ator ainda deixou uma crítica: “A gente não tem gasto, ninguém mama em teta de lei nenhuma. E sim é uma indústria que movimenta muitos e muitos empregos e que precisa ser alimentada. Enquanto a gente não entender isso, e entender que nada é mais importante do que cultura e educação, vai continuar olhando para gente e falando que filme nacional é ruim, só que temos uma história maravilhosa de artistas nesse Brasil. O Brasil tem muita gente de qualidade e sempre vai ter, o que precisa é de apoio.”

Crítica aos políticos 

A história de vingança do Doutrinador, segundo Kiko, “não é a solução”. “A gente vive um momento de muita disputa política, polarização no Brasil, pessoas com políticos de estimação, ‘não mata meu político’, a corrupção tá realmente dentro da gente (..). Enquanto a gente não mudar a nossa própria conduta, a corrupção estará presente.”

“Ninguém falou que doutrinador é um herói, nem no filme, o personagem do samuel é o herói de fato, que tem conduta, eu acabei de filmar uma série que eu faço um professor de história, esses são os verdadeiros heróis, ele é um anti-herói”, completou.

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