‘Roma’, de Alfonso Cuarón, conquista o Leão de Ouro do Festival de Veneza
“Roma”, do mexicano Alfonso Cuarón, conquistou neste sábado (08) o Leão de Ouro da 75ª edição do Festival de Veneza e substituiu como grande vencedor da mostra seu compatriota Guillermo de el Toro. “Vamos ver se sei pronunciar corretamente o nome”, brincou Del Toro ao anunciar o prêmio a Cuarón.
Visivelmente emocionado, Cuarón recolheu o Leão de Ouro das mãos do presidente da Biennale, Paolo Baratta, para depois abraçar Del Toro. “Estes prêmios e este festival são incríveis”, disse em italiano o diretor, que agradeceu o trabalho de toda a equipe do filme e da Netflix por permitir sua realização.
O diretor dedicou o prêmio a Yalitza Aparicio, Marina de Tavira e Nancy García, as protagonistas do filme “por sua coragem, sua generosidade e o imenso respeito pelas mulheres que interpretaram”.
“Pelas casualidades da vida, hoje é o aniversário de Libo, a personagem na qual está baseada a de Cleo (Aparicio). É seu presente de aniversário”, disse Cuarón em inglês, antes de passar ao espanhol. “Te cantaria ‘Parabéns pra você’, mas não vou ofender os ouvidos de toda esta gente”, disse o diretor, que quis assim expressar seu “imenso amor”.
“A ti, a minha família e a meu país, México. Eu os amo”, concluiu Cuarón com todos o público da cerimônia de pé.
Em “Roma” Cuarón narra em preto e branco a história de Cleo, a empregada indígena de uma família burguesa e aparentemente idílica da Cidade do México do início da década de 1970, um personagem baseado na babá que ele mesmo teve e a quem dedica o filme, Libo.
Com esta história, na qual se intercalam o espanhol e a língua mixteca, o diretor de “Gravidade” (2013) oferece um relato social sobre aquela década convulsa.
Para o papel de Cleo o cineasta recorreu a Yalitza Aparicio, uma professora que estreou com esse filme no cinema, da mesma forma que Nancy García, que faz o papel da irmã da babá.
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